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Na eleição para o Senado

  • Artigo por Alfredo da Mota Menezes
  • 05/03/2020 08:03:31
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            Os votos válidos na eleição para senador em 26 de abril, se houver eleição mesmo, podem ser de apenas 50% do eleitorado do estado. Ou até menos. Vejamos alguns números sobre esse assunto.

            Diz o Tribunal Regional Eleitoral que cerca de 500 mil títulos eleitorais podem ser cancelados porque o eleitor não fez a biometria. Num eleitorado de 2.157.000, aquele número significaria mais de 20% do total.

            Mostra o mesmo TRE que a média de abstenção no estado é de 25%. Tomando como base a eleição de 2018, se contar também os votos nulos e brancos, chegou-se a mais de 31% do eleitorado. 

            Outro dado da eleição em abril tem que fazer parte dessa equação também. Numa eleição, como a de 2018, para presidente, governador, senador, deputados federais e estaduais, existem mais gentes buscando o voto junto ao eleitor do que numa eleição sozinha como esta para o Senado. Os muitos candidatos, principalmente a deputados, vão à casa do eleitor tentar ganhar seu voto e a presença dele na votação. Se a eleição for no dia 26 de abril não terá nada disso.

           Numa eleição para prefeitos e vereadores, como a deste ano, a presença dos candidatos, principalmente para as câmaras municipais, nos bairros e casas dos eleitores é muito forte também.  Se a eleição for em outubro isso ocorreria.

            Se juntarmos aqueles números, tirando o que se tem que tirar, acrescentando a peculiaridade desta eleição para o Senado em abril, talvez possa ser dito que teremos uma votação com metade dos votos do estado.

           Tem até um exemplo recente. Na eleição para mandato tampão de governador no estado do Tocantins, entre abstenção, nulos e brancos chegou-se a mais de 51% do eleitorado. E era uma eleição para governador que, em tese, é mais atrativa que uma para eleger um só senador. E não tinha, como aqui, o caso da biometria.

            Fala-se em nove ou dez candidatos ao Senado. Os votos seriam diluídos entre eles. Se aceitarmos aqueles números ali de cima, e se eleição for mesmo dia 26 de abril, talvez se possa arguir que o senador pode ser eleito com uns 200 mil votos.

            Hora de ilações. Sem isso a politica é insossa.Teremos ou não eleição em 25 de abril? Mauro Mendes está pedindo à Justiça Eleitoral que a eleição seja transferida para outubro deste ano, junto com a de prefeitos e vereadores.

             Alega gastos, coronavirus e que MT não ficaria sem senador. Selma ficaria até decisão do Senado, depois Fávaro assumiria, conforme uma decisão preliminar do STF. Os números sobre abstenção, nulos, brancos e títulos cancelados por causa da biometria também seria levado em conta pela Justiça Eleitoral para transferir a data da eleição?

Se for transferida, Fávaro, sentado na cadeira de senador, poderia ser beneficiada na eleição?  Outros candidatos já colocados na disputa andam chiando. Mas o que seria melhor: eleição agora ou esperam outubro para terem apoio de candidatos a prefeitos e vereadores?             

         

Alfredo da Mota Menezes é Analista Político

E-mail: pox@terra.com.br    Site: www.alfredomenezes.com



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