• Cuiabá, 21 de Novembro - 00:00:00

Apito final

Será que agora o VLT sai ou a lengalenga vai continuar? As obras do Veículo Leve sobre Trilhos de Cuiabá e Várzea Grande começaram em 2012 e estão paralisadas desde 2014, quando a bola da Copa do Mundo rolou na Arena Pantanal. A exatamente um ano, mais um campeonato mundial aconteceu e o nosso VLT continuou com cartão vermelho. Nesse jogo, já com cartão amarelo, o Estado não tem amparo legal para transformar em sucata tudo o que já foi construído e pago. Apesar de o governador Mauro Mendes (DEM) não esconder a afeição dele pelo BRT (Bus Rapid Transit), ou Transporte Rápido por Ônibus, acredito que ainda veremos o VLT transitando entre as duas cidades, sem mais prorrogação.

Indício disso é a retomada do estudo de viabilidade e solução para o VLT pelo governo. Desta vez, o Estado recebeu o reforço em campo da Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana, vinculada ao Ministério de Desenvolvimento Regional. Mauro Mendes tem até meados de agosto para definir sobre o destino do modal e não pode errar o drible. Para a Justiça, não terá jogo de volta. É agora ou nunca. Acho que nem cabe mais discutir quem é contra ou não o modal VLT, ou de ressuscitar quem corrompeu ou foi corrompido no processo da obra que já consumiu R$1,4 bilhão. É momento de virar a página e parar de remoer o passado.

Outro fato que deve dar visibilidade a essa discussão será uma audiência pública que o presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, vereador Misael Galvão (PSB), deverá convocar para dar voz a sociedade. Estive com Misael, recentemente, visitando o canteiro de obras do VLT em Várzea Grande e sai de lá convencido de que a obra deve ser retomada. É muito grande o que já foi construído e não se trata apenas daquele trecho de trilho que a população vê na Avenida da FEB. Assim como a sociedade, também me indignei e reconheço que ver esse elefante branco todos os dias fere a nossa dignidade e rouba-nos a esperança.

Se por um lado o Estado vai precisar de mais R$ 1 bilhão para concluir o VLT, se fizer opção pelo BRT não será muito diferente. Em 2009, quando Cuiabá foi escolhida para sede da Copa, se a opção fosse o BRT a obra custaria cerca de R$ 400 milhões. Agora, em 2019, esse valor no mínimo dobraria. Sob essa ótica é melhor retomar o VLT. Caso não se consiga recursos da Caixa Econômica e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), como previsto, defendo que se busque uma Parceria Público Privada (PPP) com empresas nacionais ou estrangeiras. Para isso, é preciso empenho do próprio governador. Não vão cair investidores do céu, obviamente.

É preciso reconhecer que Mauro Mendes está numa encruzilhada e precisa de apoio. Assumir novas dívidas para a gestão terá consequências, mas também o lado bom. Se concluído, o VLT Cuiabá-Várzea Grande será composto por duas linhas (Aeroporto-CPA e Coxipó-Porto), com total de 22 quilômetros de trilhos e 40 composições com 280 vagões. Cada composição teria capacidade para transportar até 400 passageiros por viagem. Se Mauro Mendes precisa da mea culpada sociedade o momento é esse. A Câmara Municipal de Cuiabá deu o ponta pé na partida para uma grande discussão envolvendo setores organizados. Não podemos errar de novo e já passou a hora do apito final nesse jogo.

 

Toninho de Souza é Jornalista, Ativista Social e Vereador por Cuiabá pelo PSD.



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