A recente morte de um cachorrinho da raça shitzu chamado Sansão em um condomínio de luxo em Cuiabá causou comoção não apenas a mim, mas a muitas pessoas que não admitem a prática irracional de violência contra animais. O pior dessa história é que a dona do animalzinho, uma aposentada de 58 anos, suspeita que ele morreu em decorrência de chutes desferidos por um morador do residencial.
Pois bem, o caso virou ocorrência policial e vai parar na Justiça. Se houve agressão ou não, não cabe a mim julgar. Só não posso deixar de solidarizar com a família que perdeu o Sansão em cena de sofrimento. Ele teve a uretra rompida, a próstata deslocada e os testículos até saíram do lugar de acordo com o laudo veterinário divulgado em grupos de WhatsApp.
Esse episódio é apenas um entre tantos outros que ocorrem diariamente. Também recentemente, em um condomínio da região do Coxipó, em Cuiabá, a imprensa reportou uma matança de pelo menos 17 gatos e três cachorros, possivelmente por envenenamento.
Em tempos de tanta informação circulando pelas redes sociais, câmeras filmando, celulares sendo rastreados, chega a ser afronta alguém praticar um crime desses à luz do dia. Uma frase atribuída a Mahatma Gandhi ilustra bem esse momento caótico: "A grandeza de uma nação pode ser julgada pelo modo que seus animais são tratados". Leonardo da Vinci, outro pensador renomado, também fez uma profecia que se emprega bem aos dias atuais: "Virá o dia em que a matança de um animal será considerada crime tanto quanto o assassinato de um homem".
Felizmente isso já acontece, mas ainda timidamente. Ato de abuso, maus-tratos, ferimentos ou mutilação de animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos é crime no Brasil, de acordo com o Artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais (nº 9605), de 1998. Fora isso, ainda tem a Declaração Universal dos Direitos dos Animais, da UNESCO, celebrada na Bélgica em 1978.
No caso da lei brasileira, a pena é detenção de três meses a um ano, aumentada de um sexto a um terço em caso de morte do animal. Se houver flagrante, nem cabe fiança. Vai direto para a cadeia até que o caso comece a ser investigado. Apoiando essas leis, há as ONGs e associações que tentam proteger animais em situação de risco.
No entanto, nem tudo é um mar de rosas nesse cenário. As ocorrências desenfreadas de maus tratos contra os animais revelam que há ineficácia nas normas que foram criadas para sua proteção. Alguém pode até pensar que Toninho de Souza está exagerando. Posso estar sendo enfático, mas não exacerbado. Basta entrar no Google e fazer uma busca para ver que essa violência muitas vezes mora ao lado da nossa casa.
O fato é que casos como o do Sansão, só para citar um exemplo, não podem mais ser tolerados dentro de uma sociedade que se diz civilizada. Defendo uma justa punição para esses agressores e, enquanto sociedade, acredito na vida com mais justiça e dignidade até para os animais ditos irracionais. Que a história de Sansão se transforme em ode para ser contado e cantado como símbolo de resistência.
Rendo vivas ao pessoal das ONGs que protegem, recolhem e intermedeiam adoção de cães e gatos. Também aos agentes de Polícia Ambiental e aos demais que contribuem com essa causa de forma indireta. Destaco aqui os que denunciam esses crimes. Felizmente parte da sociedade entende que os animais realmente devem ser protegidos de toda e qualquer violência.
Não acredito que apenas leis ou punições resolvam o problema. Para acabar com essa covardia, se faz necessária a reeducação da população. Se você também abomina a violência contra animais, comece essa mudança divulgando em sua rede social os fones para receber denúncias: 3623-7681 (Dema), (65) 99213-7234 (Disque Denúncia). A sociedade e os animais agradecem!
Toninho de Souza é Jornalista e Vereador pelo PSD de Cuiabá-MT.
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