A conversa dos candidatos com os eleitores em 2018 foi muito pobre. Em todos os níveis da disputa. Os candidatos a governador ficaram presos nas discussões imediatas como finanças, relações com os poderes, com os funcionários públicos, com as leis de classe, arrecadação de impostos, despesas e receitas.
Não sobrou tempo pra conversar sobre o futuro. Aliás, é o que realmente interessa. Tudo o mais que foi discutido são perfumarias momentâneas. Nada duradouro, além de óbvias. Aqui mudo o foco da conversa.
Em 2018 vimos o mundo mudar radicalmente de direção. As direções das conversas mundiais são muito objetivas dentro de um ambiente de profundas transformações. A maioria imprevisíveis. Mas inevitáveis. Enquanto isso, no Brasil estamos discutindo bobagens e mais bobagens. Nos estados federados os governadores entrarão no mandato de 2019 a 2022 sem saber se haverá almoço amanhã pra suas despesas e muito menos se podem sonhar com o jantar.
Mato Grosso é um caso à parte. Menos no que diz respeito à mediocridade das suas discussões em torno do mero exercício da gestão. Existe uma absoluta falta de planejamento mínimo que seja. Pior. Não tem técnicos na estrutura governamental capazes de produzir o mínimo de planejamento além de esperar o salário no fim do mês.
Há problemas de logística insolúveis pra atender ao modelo de produção agrícola primária que temos no estado. Não existe planejamento pra industrialização. Não há planejamento pra atração de investimentos. Quer tipo de investimentos? Não há planejamento de negócios. Pior. O ambiente de negócios no estado é péssimo. Os incentivos fiscais tão necessários na economia moderna foram demonizados e hoje afastam empresários. A insegurança jurídica ambiental e tributária assusta terrivelmente quem consulta a possibilidade de fazer investimentos em Mato Grosso.
O governador Mauro Mendes pegará um período complicadíssimo. A máquina pública sem sentido e a economia sem planejamento e nem rumos. Por isso o título do artigo. Governar será planejar, planejar e no tempo que sobrar, planejar pro futuro. Deixe que os técnicos cuidem da parte interna da casa. A parte de fora que realmente interessa, mereça todo o interesse estratégico do governador. Todos agradeceremos.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
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