• Cuiabá, 21 de Novembro - 00:00:00

Jovens

           No correr da semana solicitei ao amigo Edeon Vaz Ferreira, diretor executivo do Fórum Pró-logistica de Mato Grosso, que atua em Brasília, os dados de um pronunciamento que ele fez em Cuiabá durante seminário sobre logística. Ele fez a gentileza de enviar os dados. Era pra um artigo a ser publicado hoje. Vou adiá-lo pro correr desta semana.

            Assisti a um documentário sobre o comportamento dos jovens brasileiros diante das eleições de 2018. Fiquei muito impressionado com o distanciamento entre as aspirações dos jovens e as promessas políticas dos candidatos. São dois mundos diferentes. São muitos os fatores que separam os dois mundos. O primeiro, a linguagem. Jovens são apáticos em relação ao presente. Sabem que há uma falência evidente. Sabem que a política é a causa. Percebem que é coisa pra se arrumar em muito tempo. Olham com desprezo os políticos e a política em quem, enxergam a causa da falência. Percebem que o seu mundo ainda precisa ser construído pra quem tenham o seu futuro sem escândalos atuais e sem a corrupção.

            Na prática, o discurso político genérico dirigido a toda a sociedade pouco diz aos jovens. Eles identificam falta de esperança. No entanto, sabem que precisam de um futuro ético, social e profissional. Não enxergam nos políticos e na política desta eleição capacidade de fazer essa pavimentação.

            O tipo de discurso que vai do petista mais radical ao direitista mais severo, nada diz aos jovens. Os de centro muito menos. Opa! O que fazer então? Na percepção dos jovens vale o velho ditado da sabedoria árabe: “os cães ladram e a caravana passa”. Quando vêem discursos de ataques repelem. Quando assistem às promessas não acreditam. Enxergam um clima de falência dentro da sociedade atual.

            Os marqueteiros nesta eleição parecem ainda presos aos velhos métodos. Discursos genéricos. Promessas genéricas. Ataques e defesas de momento. Uma leitura consistente do mundo não está sendo construída pela política e pelos políticos. Jovem lê futuro. No sentido mais amplo. De vida pessoal. Coletiva. Social. Nacional e mundial. O leitor deve estar achando que jovem é bicho muito complicado. É mesmo! Complicado e desconhecido.  Como falar com eles?

            Não se fala se não se não conhecê-los. Não está visível esforços nesse sentido. Não parece que a política tenha percebido que o mundo de quatro anos atrás pouco tem a ver com o mundo de hoje. Os marqueteiros estão num beco sem saída em relação aos jovens e suas redes sociais conectadas num mundo de emojis. Eleger políticos antigos, com ideias antigas, com métodos antigos pra governarem uma população de jovens que estão entrando ou que entrarão no mercado de trabalho no futuro próximo. Eleição de surdos e de mudos.

 

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso

onofreribeiro@onofreribeiro.com.br   www.onofreribeiro.com.br



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