Aprendi muito cedo, como filho de pequenos produtores, a tirar da terra o fruto que alimenta o corpo. Foi plantando e colhendo que me fiz homem e formei minha personalidade e caráter. Dali para a associação, para o cooperativismo e, de repente, me vi vice-governador do Estado que mais amo. Assim, posso dizer que conheço o trabalho, o trabalhador, as organizações dos trabalhadores e a governança.
Neste caminhar da vida aprendi que ouvir é mais importante que falar. Não há mágica na atividade pública. O dinheiro público vem do povo, e é para o povo que deve voltar. Ouvir, planejar e agir tem que ser uma constante para quem tem a intenção de representar as pessoas.
Ninguém conhece tudo. E quem mais conhece é quem está vivendo o problema. Por isso tem que ser ouvido. Mato Grosso é gigante em todos os sentidos: território, riquezas naturais, gente empreendedora. Mas também se aplica a mesma grandeza para analisar as diferenças sociais, econômicas e de acesso à dignidade da vida social. Por isso temos que pensar um Mato Grosso para todos os mato-grossenses.
As riquezas do agronegócio, da agroindústria e dos negócios não podem ser privilégio apenas de parte da sociedade. É papel do Estado encurtar distâncias e promover o conhecimento e desenvolver as igualdades sociais. Planejamento e ação se fazem com empenho legislativo e executivo em diálogo com as instituições públicas e privadas, funcionários públicos e com o povo.
Durante um tempo, confesso que busquei um Estado paternalista. Depois, vendo que não funcionava, defendi um Estado mínimo. Mas agora, depois de todas as minhas experiências, conhecendo pessoas e lugares, observando as carências e as necessidades, revisei essa leitura. Hoje defendo que temos que ter um Estado necessário. Porém, um Estado eficiente!
O Estado tem que ser o facilitador social e econômico, e não o atrapalhador. Estado não é empresa para dar lucro financeiro e acumular patrimônio. A saúde no Estado, por exemplo, é a saúde e o bem-estar das pessoas que nele vivem.
Um Mato Grosso para os mato-grossenses é aquele em que as pessoas que aqui vivem se apropriem das riquezas existentes. Isso só acontecerá passando pela educação, trabalho e renda. E estas áreas interferem em todas as outras, seja a segurança, a saúde, o saneamento, geração de emprego, pelo empreendedorismo, pelo aproveitamento dos nossos talentos e pela humanização das relações. É papel do Estado usar as suas ferramentas e o seu corpo administrativo para fomentar o bem-estar social e a economia. Mato Grosso tem pressa.
Tenho percorrido o Estado como gestor público ao longo dos últimos três anos. Mas já percorria há mais de 30 anos como líder classista da agricultura. Conheço todas as regiões e sei das necessidades macros capazes de dar uniformidade ao nosso inevitável desenvolvimento econômico e humano.
O mundo vem mudando em velocidades radicais e as demandas mundiais hoje passam por alimentos, recursos naturais e até mesmo pelo oxigênio. Mas chegar a esses estágios superiores do crescimento requer um poderoso planejamento do futuro. Isso não temos há décadas. Mato Grosso tem crescido por conta e força dos empreendedores da iniciativa privada. O Estado não tem cumprido o seu papel de indutor. No máximo, corre atrás dos acontecimentos que não foram planejados.
O futuro próximo e o de longo prazo precisam ser construídos a partir de agora. Por isso, gostaria de trazer neste artigo essa minha visão de compromisso com todos os mato-grossenses pelo seu papel no futuro de si mesmos, do Brasil e do mundo.
Tenho a plena consciência de que este momento e os próximos anos serão da maior responsabilidade para todos nós. Deixo aqui a minha garantia de que esse é o meu compromisso com o presente, com o futuro e com o destino de Mato Grosso e de todos nós, enquanto cidadão e homem público.
Carlos Fávaro é presidente do PSD MT
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