• Cuiabá, 21 de Novembro - 00:00:00

Pátria mal amada

A origem do povoamento do território brasileiro pelo povo europeu deu-se da pela exploração. Todos queriam vir aqui, extrair o máximo de riqueza e ir embora para gastar lá fora. Exploração, extrativismo, garimpagem... Ou seja, esfola e depois joga fora. Depena e depois abandona a própria sorte. E hoje, mudamos esta forma de pensar e agir?

Amor a pátria, amor a terra de origem faz parte da identidade e do orgulho de um povo. Tanto que ao longo da história são incontáveis o número de pessoas que entregaram a própria vida pela sua nação

Longe de defender os nacionalismos radicais, mas ter identificação e afeto ao seu canto e seu chão faz parte da natureza humana. Mas me parece que o brasileiro está longe de ser exemplo deste conceito e a brasilidade ou nunca existiu ou está fora de moda.

Primeiro é que quando falo em pátria estou dizendo do chão, dos valores que a formam e do povo que nela vive (território, povo e soberania). Ao meu ver, o comportamento de um número significativo de eleitores em pleno prelúdio das eleições de 2018 torna visível este desapego ao Brasil e a seu futuro enquanto nação.

Há brasileiros “adorando” o Lula e fazendo por ele aquilo que não fariam pelos seus pais. Para estes o Brasil que se exploda. Há quantos injustiçados por aí e nem por isso os seus pararam a vida e estão acampados esperando os dias passarem.

Do outro lado há outro número significativo de pessoas que já idolatram e apoiam candidatos que pregam seletividade cultural e tem, como única proposta concreta até agora, armar as pessoas e mandar matar um punhado de brasileiros (adoração a uns e ódio aos outros).

Os clubes de futebol em geral tem mais apaixonados e pessoas capazes de morrer por eles (e morrem) que qualquer causa que vise melhorar o país.  Ou alguém duvida que parte dos torcedores gostam mais de seus ídolos futebolísticos que do país em que nasceram?

Temos gente que dá a vida por seus artistas preferidos, mas não dariam um dia de trabalho a pátria Brasil. Estranho isso, né? Queremos um país melhor, mas pouco fazemos por ele. Ou melhor, poucos trabalham para isso.

Por isso nas eleições prevalecerão as escolhas por vantagens classistas ou individuais. Quanto ao Brasil... Ah, o Brasil! Depois a gente reclama dele. Amor a pátria? Que pátria? Ela é mal amada, por isso cresce o número dos revoltados em busca de ídolos para fazer mágica.  Parafraseando Woody Allen, “o homem explora o homem e por vezes é o contrário”. Mas aqui todos exploram a pátria.

 

João Edison é Analista Político, Professor Universitário em Mato Grosso.



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