O grande encontro do DEM pra receber novas e importantes filiações neste sábado, tem uma série de significados. Válidos pro DEM, pro PSDB, pro PSD, pro PR e pra todos os partidos que estão acampados em frente ao Palácio Paiaguás esperando chegar ao topo do poder político no Estado.
Chega-se no Brasil às portas das eleições de 2018 numa planície. Não tem nomes e nem promessas de renovação proporcionais ao tamanho das ruínas de guerra que ficaram espalhadas no campo. Não há favoritos. Há mais condenados do que absolvidos. O DEM deu uma demonstração de renovação de suas forças cansadas. Mas isso só não lhe dá a primazia de disputar o governo e ocupar todos os espaços políticos que estão abertos.
Tem bons nomes. Só. O PSDB do governador Pedro Taques também está cansado. Tem alguns nomes. Também cansado. O governador Pedro Taques é o seu candidato natural, mas está cansado e bastante ferido. O MDB velho de guerra, está na maca a caminho da UTI. O PSD promete respirar com alguns respiros mais renovados. O PR sofrendo de asma. O PT nunca marcou território permanente em Mato Grosso. Muito menos agora.
O clima é de planície depois da batalha. Impeachment, desgoverno, crises econômica, crises políticas, crises institucionais. E agora por último a esquisita batalha institucional pra salvar um Lula envelhecido e cansado. O Supremo Tribunal Federal apaixonado pelo retrovisor. Todas as instituições derreteram. O ambiente na planície que a sociedade enxerga tem nada a ver com a visão a partir do binóculo dos partidos políticos, das instituições públicas e dos governos federal e estadual. Crises imensas à frente entre quem governa, quem governará e os desejos de uma sociedade-zumbi.
O DEM deu a partida em Mato Grosso. Mas revelou que sozinho não tem força maior que tem. Como ele, todos os demais partidos e líderes políticos estão muito enfraquecidos. O que resta então? Perguntaria o leitor. Teremos que engulir uma união de todos num único bloco na arriscada tentativa de produzir um Frankenstein pra, quem sabe, nos contentar em outubro de 2018.
Nada de novo no céu de brigadeiro, além de aviões de carreira e dos urubus! Isso é de 1895, do irônico Barão de Itararé. Sempre atual.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
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