O quadro pra disputas eleitorais em 2018 vinha morno, quase parando até a desistência do ministro Blairo Maggi em concorrer. De repente surgiram mil nomes a todos os cargos e ainda existem os que estão no oportunismo esperando a hora de botar a cabeça pra fora.
A rigor, ninguém além do próprio governador Pedro Taques vinha se movimentando pras eleições. Ou de Blairo Maggi a quem se atribuía a certeza de eleger-se numa das duas vagas de senador. Os dois estavam pautando as eleições de 2018. Um pela posse da máquina pública. Outro pelos recursos financeiros de que dispõe e pode arrecadar do agronegócio, o setor mais forte da economia de Mato Grosso.
Sem Blairo Maggi, tudo se mexe. Pedro Taques passa a se mover sozinho. Aumenta o seu poder de fogo. Está aprendendo a conversar e a articular na política. Sem isso pode desistir!
Não vou entrar no mérito das composições eleitorais com os nomes que estão no tabuleiro. Todos tem as suas chances, os seus méritos, os seus defeitos e as suas composições.
Mas não vejo o essencial!
Falta o discurso. Vamos traduzir isso. Nem Pedro Taques tem um discurso pra 2018, capaz de dar segurança ao eleitor de que não está embarcando numa aventura política. O cidadão vem de tombo em tombo num país que está derretendo pela incompetência dos gestores públicos de cima e de baixo. O cidadão quer segurança de que elegerá gente capaz de governar e de legislar.
O que nos dirá Pedro Taques candidato a governador? O que nos dirá Mauro Mendes candidato a governador ou a senador? O que nos dirá Jaime Campos? Carlos Fávaro, Nilson Leitão? Welinton Fagundes? Neri Geller? Otaviano Piveta? Adilton Sachetti? O que nos dirão outros eventuais candidatos?
Ninguém tem o que nos dizer. Todos estão pensando na candidatura de si para si. E nós que pagamos os custos das aventuras? Quem nos garantirá que não elegeremos outra geração de oportunismos?
Não suportaremos escutar os velhos discursos genéricos de campanha: “se for eleitor prometo cuidar da saúde, da educação, da segurança, do meio ambiente e promover a geração de emprego e renda”. Cada um desses setores é um mundão e chega um generalista que não conhecer qualquer um deles e promete resolver todos.
Tá certo que o eleitor é mesmo tonto! Mas está esperto.
Por que tantas candidaturas? Perguntamos todos nós. O mundo mudou e a cada dia que passa tudo fica diferente. O mundo mudou. Até aqui em Mato Grosso. Eleger quem pra que?
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
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