Começo pela eleição deste ano na Bolívia para presidente. Evo Morales é novamente candidato à reeleição. Está no governo desde 2006, se ganha ficaria 19 anos no poder.
Ele é do altiplano boliviano, não tem muito interesse nas coisas aqui de “baixo" ou da região de Santa Cruz de la Sierra. É por aí que Mato Grosso um dia poderia estar conectado por asfalto para os países dos Andes. Evo nunca mexeu uma palha para que esse asfalto saísse.
Aquele país aumentou os hectares para se plantar coca para chá e mascar. Tem excesso, informam órgãos internacionais. Além do enorme perigo de chegar produtores de cocaína escorraçados da Colômbia e Peru. Um país com recursos limitados não tem condições de enfrentar a crescente produção de cocaína e tráfico de droga.
Quanto MT gasta no combate à droga, violência e tratamento de quem usa? Outro eleito no lugar do Evo talvez fosse bastante interessante para Mato Grosso.
Parece que está morrendo a conversa de mudar a Embaixada do Brasil de Israel para Jerusalém. Morrendo também aquela maluquice de pressionar para que os Palestinos fechassem sua Embaixada no Brasil. Notícias boas para MT porque os países árabes compram carnes do estado. Uma mexida errada por aí poderia atrapalhar esse comércio.
Também esfria a conversa de confrontar a China. Aquele país é o maior importador de produtos do Brasil e Mato Grosso o principal supridor de soja, milho, algodão e carne. Por que não buscar gentes e recursos da China para investir em comida e energia em Mato Grosso?
Muitos não concordam com isso ou até na venda de terras aos chineses. Mas, vem cá, se eles comprarem e trouxerem mais capital e novas tecnologias para o campo e agroindústria, não seria útil? Se não der certo, eles vão levar a terra na mala ou nos ombros?
Também começou a esfriar outro assunto externo de interesse do estado ou as falas do governo Bolsonaro contra o Mercosul. Depois da China e dos EUA, o Mercosul, principalmente a Argentina, é o lugar que mais compra produtos nacionais. Nem tanto de MT diretamente, mas pode-se dizer que parte dos tecidos e sapatos que aquele país compra levam couro de gado e algodão do estado.
Chega a ser incompressível como MT tendo uma hidrovia que passa em todos os países do Mercosul, associado a todas as vantagens tarifárias de uma integração econômica, não usa isso para vender bens industrializados para aqueles países. A gritaria aqui não é sobre o frete? Por hidrovia não é muito mais barato? E a matéria prima, como couro e algodão, não está no quintal?
O Brasil não vai mais afastar-se do Acordo de Paris sobre o clima, como chegou a aventar o governo. Fora do acordo, como é que reagiriam os compradores externos de produtos do campo, base da economia de Mato Grosso? Uma radicalização por aí poderia ter retaliações e quem perderia seria a economia local.
P.S.: Esta coluna retorna no fim de fevereiro.
Alfredo da Mota Menezes escreve nesta coluna semanalmente.
E-mail: pox@terra.com.br site: www.alfredomenezes.com .
Ainda não há comentários.