Exato um ano antes começa a tomar forma a eleição para o governo de Mato Grosso em 2018. O provável lançamento da candidatura do ex-conselheiro do Tribunal de Contas, Antonio Joaquim, trará uma luz política à discussão. Lembrando que desde 2002 não se tem discussão política na disputa pelo governo estadual. Depois de Dante de Oliveira em 1998, veio Blairo Maggi em 2003 e depois dele, Silval Barbosa, como preposto seu. Agora Pedro Taques. Nenhum desses teve uma linguagem eleitoral política. Pedro Taques, por exemplo, dizia na campanha ter orgulho de não ser político. Lá atrás, Blairo dizia que traria a gestão privada pra dentro da gestão pública.
A gestão Pedro Taques a partir do segundo semestre de 2016, depois da encrenca com RGA dos servidores públicos, começou a buscar uma linguagem política. Mas não conseguiu até hoje afinar os instrumentos da política. Toca meio fora do tom.
Ao que tudo indica nas eleições de 2018 o eleitor não quer um político de puro sangue, e nem quer o outsider vindo de fora da política sem qualquer experiência. A convivência com Dilma Rousseff e as consequências de suas desastrosas gestões, assustaram os brasileiros. Parece que vai prevalecer mesmo a linguagem que os candidatos vierem a adotar.
Vamos à prática. Se Pedro Taques vier a disputar a reeleição com a mesma linguagem de negação da política, não passará. Tem todo um discurso pra construir se quiser se reeleger. Já Antonio Joaquim não poderá vir com um discurso essencialmente político como é da sua experiência, porque também não colará.
Penso que achar a linguagem de meio termo que desperte a confiança do eleitor, terá que ser muito mais elaborada do que aquelas tão simplistas do tipo “não sou político”, ou “vou trazer a gestão privada pra dentro do governo”. O eleitor demonstra querer confiança e segurança. Não quer ver amadores como Dilma, nem políticos escolados como Lula e tantos. Segurança significa não sinalizar riscos aos valores dos cidadãos.
Por hora, a equação Pedro Taques versus Antonio Joaquim indica, no mínimo, um bom contraponto. Mas não é só isso que o eleitor quer. Repito: ele quer confiança e segurança pra sua vida pessoal e pra vida coletiva. Os eleitores estão muito machucados. Os dois podem oferecer isso. Mas precisarão se repaginar como candidatos. Construir discursos sóbrios, confiáveis e respeitáveis.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
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