• Cuiabá, 29 de Março - 00:00:00

O pragmatismo da ciência

No Brasil, colocar a ciência a serviço da coletividade utilizando, para tanto, o aparato da Universidade é uma proposta que pode até surgir com facilidade nas falas de muitas autoridades acadêmicas ou não. Agora, colocar isso em prática tem sido coisa bem mais complexa. Muito simplesmente porque existe, em grande parte de nosso meio acadêmico, uma inegável repulsa à simples menção de associar a universidade pública a qualquer coisa que envolva a iniciativa privada.

Com efeito, há como que uma barreira filosófica quando o assunto é tirar as instituições acadêmicas administradas pelo Estado de seu isolamento, fazê-las sair um pouco de si mesmas, romper os muros que nos ‘separam’ do mundo cotidiano das ruas, dos campos, das pessoas simples que são, afinal, as grandes responsáveis pelo “acontecer social”.

Pois é precisamente com a proposta de contribuir com esse encontro e fazer circular os saberes da Universidade pelo tecido social, alcançando assim mais pessoas, que nasceu o MT Ciência. O MT Ciência é um programa de extensão desenvolvido no âmbito do Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais (ICAA) do campus da UFMT de Sinop e é constituído por um grupo de pesquisadores com a finalidade de divulgar e difundir os resultados e tecnologias desenvolvidos nos laboratórios para toda a sociedade, seja ela acadêmica ou não. Por ser extensão, a participação dos estudantes da casa é condição sine qua non para a realização das atividades, proporcionando o contato direto dos mesmos com a realidade local.

E o MT Ciência vai direto ao ponto: seus pesquisadores colocam-se à disposição da sociedade para prestar serviços de consultoria e oferecer treinamentos de ordem muito pragmática. Propõe-se, nesse sentido, um serviço de assessoria social contando com profissionais altamente capacitados que podem atuar tanto na capacitação quanto na solução de problemas da vida real que afetam, muitas vezes, o desenvolvimento de uma determinada região.

Ou seja: uma organização ou mesmo uma empresa está precisando de uma pesquisa ou estudo para aferir a qualidade e/ou a viabilidade de um novo projeto, produto ou serviço e então procura a Universidade – que dispõe dos melhores profissionais para tanto. Combinam-se prazos, as condições todas, o produto é entregue, a empresa cumpre suas obrigações contratuais com a Universidade e obtém, assim, o direito de utilizar aquele conhecimento aferido em sua atividade agrícola, comercial, social ou industrial. Com a contrapartida do projeto, a instituição gerencia sua estrutura relacionada ao programa e, com os recursos restantes, pode investir no desenvolvimento de novas pesquisas, propondo até um leque maior de possibilidades em seu portfólio.

Pelo fato de a matriz do programa se localizar em Sinop, cidade polo de uma região essencialmente agrícola, por enquanto o MT Ciência trabalha mais com pesquisas para dialogar com a agricultura – como para desenvolver uma nova cultura, por exemplo. Mas, obviamente, a proposta é ofertá-lo também nos outros polos da UFMT: Cuiabá, Rondonópolis, Barra do Garças e Várzea Grande e em todos os municípios que se interessem. E com cada um deles atendendo a um público específico, conforme as necessidades mais prementes de cada região.

Conheça mais do Programa MT Ciência em www.mtciencia.com.br

É a UFMT ao alcance de todos, rompendo muros e não se furtando a desempenhar seu papel de fomentadora e propulsora do desenvolvimento social e econômico de Mato Grosso e do Brasil.


Fabrício Carvalho é secretário de Articulação e Relações Institucionais da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)



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