Sonia Mazetto
Quando outubro chega, as campanhas cor-de-rosa invadem as redes sociais, as empresas e as conversas. Falamos de prevenção, de diagnóstico precoce, de exames e de solidariedade. Mas será que estamos falando o suficiente sobre o cuidado antes da doença? Sobre as escolhas diárias que alimentam (ou enfraquecem) a nossa saúde física e emocional?
É incômodo pensar que muitas informações sobre hábitos que podem contribuir para o desenvolvimento do câncer só aparecem depois que o diagnóstico é feito. Por que as mulheres só descobrem, por exemplo, que não devem usar desodorantes antitranspirantes após a cirurgia? Por que só então se fala sobre o risco de metais pesados, flúor ou produtos industrializados? O silêncio sobre a prevenção verdadeira, aquela que começa no cotidiano, é uma omissão que custa caro.
Autocuidar-se é mais do que marcar consultas e exames. É escolher conscientemente o que colocamos no corpo, o que comemos, o que sentimos e até com quem convivemos. A ciência já demonstrou que as emoções interferem no funcionamento das nossas células. Afinal, somos feitos majoritariamente de água, e tudo o que pensamos e sentimos reverbera no organismo. Palavras, ambientes e pessoas podem ser alimento ou veneno.
Por isso, cuidar de si é também escolher ambientes que nutram, palavras que curem, rotinas que respeitem o ritmo do corpo. É entender que o corpo fala, sempre. Uma dor de cabeça, um desconforto, um cansaço fora do comum são sinais, não para serem silenciados com remédios rápidos, mas para serem escutados com atenção.
O Outubro Rosa não pode ser apenas um mês de lembrança. Precisa ser um convite permanente à consciência corporal. Que tal começar com gestos simples? Um escalda-pés, um banho demorado com óleos naturais, um toque mais atento durante o banho para reconhecer o próprio corpo, um momento de pausa para ouvir o coração, literalmente.
Corpo sem atenção é como bebê sem colo: adoece pela falta de cuidado. Que este Outubro Rosa nos lembre de nos dar mais colo, mais pausa e presença. Porque prevenção não é só diagnóstico precoce, é viver em harmonia com o próprio corpo antes que ele precise gritar por socorro.
Sonia Mazetto é gestora de potencial humano, terapeuta integrativa, fonoaudióloga e palestrante.

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