Bruno Hoffmann
A chegada de Carlo Ancelotti à Seleção Brasileira foi cercada de exigências. Estrutura, autonomia e liberdade técnica – tudo aceito pela CBF. Afinal, trata-se da Seleção, nossa paixão nacional. Nesse contexto, com a devida licença poética e sem juízo de valor, mas e se a Seleção fosse a Democracia? A CBF, o TSE? Os jogadores, os candidatos? E os técnicos, os profissionais de Marketing Político?
No futebol, entende-se que desempenho depende de escutar quem conhece o jogo. Na política, esse diálogo ainda tem muito espaço pra crescer. Estratégias eleitorais responsáveis, criativas e éticas são parte fundamental do processo democrático, mas os profissionais por trás delas seguem pouco valorizados – apesar de sua contribuição essencial.
Um exemplo claro ocorreu em fevereiro de 2024, quando como presidente do CAMP (Clube Associativo dos Profissionais de Marketing Político), participei da audiência pública do TSE que revisava as regras eleitorais. De forma firme e respeitosa, alertei a ministra Cármen Lúcia sobre o risco das deepfakes: "Nossos eleitores não estão prontos para distinguir o certo do errado, o real do fake, e as consequências podem ser catastróficas. Essa vedação expressa é crucial. Não podemos dar margem para algo que tenha fake no nome."
O resultado? A principal revisão feita pelo TSE foi a proibição expressa das deepfakes nas eleições. A medida reduziu a desinformação, fortaleceu a confiança pública, protegeu a integridade do processo eleitoral e fomentou um debate político mais saudável. Em última análise, fortaleceu a Democracia.
Esse é apenas um exemplo de como ouvir os "técnicos da política" pode gerar avanços concretos. Nesse espírito, o CAMP realiza em 2025 a quarta edição do Prêmio CAMP da Democracia, a maior premiação do marketing político eleitoral e governamental do país. Uma iniciativa vital para valorizar os profissionais que informam e mobilizam o povo brasileiro a ser cidadão ativo.
A lição de Ancelotti é clara: ninguém vence sem planejamento, técnica e escuta. Se valorizarmos a Democracia como valorizamos a Seleção, construiremos vitórias que não se medem em gols – mas em cidadania, justiça e participação popular. E, quem sabe um dia, possamos, enfim, construir vitórias coletivas. Porque, no fim das contas, Democracia também é jogo coletivo. E ninguém levanta taça jogando sozinho.
*Bruno Hoffmann é presidente do CAMP — Clube Associativo dos Profissionais de Marketing Político.


Ainda não há comentários.
Veja mais:
Governo de Mato Grosso avisa que expediente será normal na 6ª feira
Operação da PF desmantela tráfico de drogas em Mato Grosso
PM confirma prisão de mulher acusada de matar o marido
Em MT: Gaeco integra operação que derruba núcleo do PCC
Sonegação fiscal na mira: Operação integrada bloqueia R$ 35 mi
AL: CCJR reduz limite de remanejamento do Estado de 20% para 5%
Governador promete acionar Justiça contra ampliação de terras indígenas
TJ manda indenizar consumidor que perdeu número de celular
Antropofagia e marcas: a arte de devorar cultura para criar identidade
95 Anos da OAB Nacional: uma história de lutas na defesa das prerrogativas e da democracia brasileira