Roberto Abreu
A sustentabilidade deixou de ser apenas uma tendência e se tornou um compromisso essencial para as empresas. Com consumidores mais conscientes, regulamentações ambientais mais rigorosas e investidores atentos a práticas ESG, negócios de todos os setores precisam equilibrar crescimento econômico e responsabilidade socioambiental. Nesse cenário, os sistemas ERP (Enterprise Resource Planning) têm desempenhado um papel fundamental, ajudando as empresas a otimizar recursos, reduzir desperdícios e garantir maior transparência em suas operações.
Gestão eficiente e transparência na cadeia circular
A gestão eficiente de recursos é um dos pilares da sustentabilidade, e os ERPs oferecem uma visão detalhada do consumo de insumos como energia, água e matérias-primas. Com o monitoramento em tempo real, é possível identificar desperdícios e implementar medidas para um uso mais racional, reduzindo custos e impactos ambientais. A integração com tecnologias como IoT também permite ajustes automáticos, como o desligamento de equipamentos fora do horário de uso ou a reprogramação de processos produtivos para minimizar perdas.
Na cadeia de suprimentos, a transparência se tornou um fator decisivo para empresas que buscam um modelo de negócios sustentável. Os ERPs possibilitam um controle rigoroso sobre fornecedores, permitindo que as empresas rastreiem a origem de matérias-primas, avaliem práticas ambientais e garantam que parceiros comerciais sigam critérios éticos, segundo o MIT Sloan Management Review essa rastreabilidade moderna reduz em até 40% os riscos relacionados à conformidade ambiental. Isso não só reduz riscos e melhora a reputação da empresa, mas também facilita a adaptação a exigências do mercado e de órgãos reguladores.
Outra vantagem crucial dos ERPs é a redução de resíduos e o incentivo à economia circular. Ao integrar dados de produção, estoques e logística, esses sistemas ajudam a prever a geração de resíduos e encontrar formas de reaproveitamento ou descarte responsável. Com uma gestão mais precisa da demanda e do estoque, empresas também evitam excessos, diminuindo desperdícios e otimizando a utilização de materiais. Um estudo da Gartner (2022) mostra que empresas que utilizam ERP para gestão de resíduos têm alcançado uma redução de 25% no volume de resíduos gerados, contribuindo para um ciclo de produção mais sustentável.
ESG como ferramenta na gestão ambiental
Além da eficiência operacional, a conformidade com regulamentações ambientais é uma necessidade crescente para empresas que operam em mercados cada vez mais exigentes. Com módulos específicos para compliance ambiental, um ERP permite monitorar indicadores de sustentabilidade, automatizar a geração de relatórios e garantir que a empresa esteja em conformidade com normas e certificações ambientais, evitando multas e fortalecendo sua imagem no mercado. De acordo com um relatório da European Environment Agency, empresas que utilizam ERP para compliance ambiental têm uma taxa de sucesso de 90% em atender às exigências regulatórias.
A demanda por mais transparência também impulsionou a adoção de relatórios ESG detalhados, e os ERPs se tornaram aliados essenciais nesse processo. Ao consolidar dados de diferentes áreas do negócio, eles facilitam a criação de relatórios sobre impacto ambiental, governança e responsabilidade social, atendendo às demandas de investidores, clientes e órgãos reguladores.
A integração entre ERP e sustentabilidade representa uma oportunidade estratégica para empresas que buscam aliar inovação e responsabilidade socioambiental. Ao aliar práticas sustentáveis com a tecnologia de ERP, as empresas não apenas garantem um impacto positivo no meio ambiente, mas também constroem um modelo mais resiliente e preparado para o futuro. A adoção de ERP como ferramenta de gestão sustentável não apenas contribui para a conservação do meio ambiente, mas também fortalece a competitividade e a imagem das empresas no mercado global.
Roberto Abreu é diretor da Blend IT.
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