Alfredo da Mota Menezes
A prefeitura da capital criou a operação tapa buraco. Aquilo que acostumamos, de forma errada, a concordar e até aplaudir. É tanto buraco em tantos lugares que virou lugar comum esse aceite absurdo. O asfalto deveria ter qualidade para não se precisar de ação que entrou no cotidiano de todos como uma coisa normal.
É comum que o prefeito que sai deixe para o próximo esse eterno problema. Se ele faz o serviço, é o ponto de vista, quem se beneficia perante a opinião publica é o que entrou. Daí deixar o abacaxi para quem entra. E, no geral, não se tem dinheiro em caixa para esse tipo de serviço. A coisa complica mais ainda.
É tão esquisito esse assunto que tem um tal de ZAPOBRAS para o cidadão chamar a prefeitura de Cuiabá para realizar serviço de tapa buraco nessa ou naquela localidade. Não tem lógica um assunto desse passar a ser normal na vida de uma cidade e ficar tudo por isso mesmo.
O que é mais barato, ter um asfalto de qualidade ou fazer um de mentira e gastar fortunas quase todos os anos para tapar buracos naquele asfalto? Lembro de um politico de Várzea Grande dizer, com ares de sabedoria eleitoreira, que, com o dinheiro que tinha para fazer asfalto em algumas ruas de bairro naquela cidade, ele preferiu fazer asfalto de baixa qualidade para sobrar dinheiro para asfaltar mais ruas da cidade.
Achava aquilo o máximo de sabedoria. Mais eleitores, com mais asfaltos, não importando a qualidade, seria voto certo na próxima eleição. A culpa, no fundo, é do eleitor que não cobra qualidade de obra.
Tem ainda, dizem os entendidos nas tramas, que o edital falava em asfalto de qualidade, tudo bonitinho no papel. Não se cumpre o que estava no edital, gentes de administrações sabem e embolsam a diferença.
Quem falaria pela sociedade, quem tomaria conta de casos como esses? Tem órgão, federal ou estadual, com capacidade técnica e força legal, para fazer esse serviço? Os tribunais de contas tem equipe técnica para seguir uma obra e que ela seja feita de acordo com o edital?
Não é possível que a sociedade seja engambelada por tantas décadas e tudo fica por isso mesmo. Mostra uma sociedade fraca, sem poder para impedir coisas quase eternas como essas.
Será que tem algum tipo de estudo que mostra que um asfalto de qualidade, que dure por muito tempo, é mais barato para os cofres públicos? Não daria para o Departamento de Engenharia da UFMT ou Unemat ter estudos sobre isso? Mostrando que, ao longo do tempo, é mais caro para os cofres públicos as tais operações tapa buracos?
Quem sabe um estudante de doutorado em engenharia possa ter uma tese de final de curso sobre esse assunto. Analisar com cuidado quanto custa as tantas operação tapa buraco e comparar com o asfalto de qualidade que não precisasse desse tipo de serviço.
Alguém já leu ou ouviu falar em operação tapa buraco na Alemanha ou EUA? Aqui é uma ação aplaudida. Tem algo errado com nossotros.
Alfredo da Mota Menezes é professor, escritor e analista político.
E-mail: pox@terra.com.br
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