Alfredo da Mota Menezes
O Congresso deve criar a chamada lei de reciprocidade. O Brasil não faria acordos internacionais com países que cobram regras ambientais que eles muitas vezes não cumprem. Falam em não comprar produtos do Brasil se, por exemplo, continuar o desmatamento no bioma amazônico. O Brasil rebate que a lei do país permite somente desmatar 20 por cento de floresta naquele bioma.
A Europa, através dos anos, praticamente acabou com suas florestas. É claro que antes não havia tanta preocupação ambiental como no mundo atual. E existe ainda uma exigência eleitoral. O eleitor dali está de olho no congressista que não defender causas ambientais, mesmo que seja em outro país.
O Brasil ainda mantém cerca de 60 por cento de suas florestas. O país tem muitos argumentos para enfrentar as falas dos europeus sobre esse assunto. A lei de reciprocidade deveria ciar alternativas claras para enfrentar o que vem da Europa sobre meio ambiente.
Mas, para esse enfrentamento, o Brasil deveria punir com mais força aqueles que derrubam a selva acima dos 20 por cento da lei. Não ter acesso a financiamento, por exemplo. Não ter também benefícios fiscais. Sem essas alternativas é de se acreditar que gentes com ideias de derrubar selva, além do que diz a lei brasileira, vai pensar mais de uma vez.
Impressiona a timidez nacional sobre o assunto meio ambiente. O país pode ser um dos maiores nomes na arena mundial de discussão sobre o tema. Qual pais tem ainda tanta floresta em pé como o Brasil? Deveria ser usado isso para se ter benefícios econômicos. Estamos ainda na defensiva. Deveria ser o contrario e fazer com que o chamado mundo desenvolvido ouvisse o que aqui se tem para dizer sobre meio ambiente.
Seria falar como um dos maiores preservadores de floresta do mundo. Veja o caso do Nortão de MT que, apesar de todos incentivos de governos, ainda se manteve parte da floresta.
Membros da Aprosoja do estado fizeram uma viagem pela Europa mostrando como MT tem preservado suas florestas e não desmatado, além do que permite a lei brasileira. Esse é o caminho, ir lá ou trazê-los aqui para esse tipo de conversa. Até que enfim.
Tem outro assunto sobre floresta em MT que está também no radar nacional. A AGU ou Advocacia Geral da União foi ao STF contra a lei do estado que permite mais gado no Pantanal. A intenção da lei, como já comentou a coluna antes, seria para que o gado ajudasse a diminuir incêndios naquele bioma ao se alimentar de mato que poderia pegar fogo.
Mais uma sobre incêndios? Talvez fosse interessante também tentar mudar comportamento de alguns do campo que ainda colocam fogos em pastagens. A maior parte dos produtores no Brasil também não usam mais esses meios estranhos e antigos. Por que alguns produtores ainda usa esse modelo? Por que em outros lugares do mundo não se faz isso?
Para finalizar, pergunta-se mais uma vez, porque, ao invés de ficar na defensiva, MT não parte para a ofensiva com a arma que tem que é a enorme floresta ainda em pé? Medo de que? Ou é mesmo complexo de vira-lata?
Alfredo da Mota Menezes é professor, escritor e analista político.
e-mail: pox@terra.com.br
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