Alessandro Buonopane
A Inteligência Artificial (IA) Generativa, com sua alta capacidade de criar novos conteúdos a partir de dados existentes, revoluciona hoje a forma como os CEOs e demais executivos tomam decisões nas empresas. Ao gerar textos, códigos, imagens e outros tipos de mídia, essa tecnologia oferece uma série de benefícios que podem otimizar processos, impulsionar a inovação e melhorar a eficiência das companhias.
Um dos setores com resultados mais claros quando pensamos em ganhos é o de desenvolvimento de software. Embora diversas organizações apresentem soluções e ferramentas que apresentam uma infinidade de números para comprovar as suas fortalezas, muito pouco se explora o lado executivo desta equação. E nada melhor do que um exemplo para formular com clareza onde quero chegar.
Tenho um grande banco brasileiro como cliente que utiliza a nossa solução em IA, o GFT AI Impact 1.0. Com essa ferramenta, houve um ganho de 88% no tempo de geração técnica de documentação (de 16 horas para duas horas) e de 75% tanto na identificação de vulnerabilidades de códigos e correção de códigos (de oito horas para duas horas). Com base nestes números, estamos falando na liberação de uma força de trabalho de sete a oito desenvolvedores a cada dez profissionais de TI desta instituição para outras atividades.
Desta forma, CEOs e demais executivos ganham um grande potencial de se beneficiar em prol de maior eficiência e produtividade com ferramentas de IA em seus negócios. Até porque, devemos mencionar, o ambiente de tecnologia costuma trabalhar sem ociosidade na maioria dos casos – muito pelo contrário – , e cabe às lideranças utilizarem da forma mais estratégica esses desenvolvedores que antes gastavam horas a mais em vários projetos, e que hoje têm na IA uma grande aliada como copiloto diário de trabalho.
Ou seja, quando pensamos nessa tecnologia para tomada decisão é ir além da mera capacidade de analisar grandes volumes de dados de forma rápida e precisa. Ela tem o poder tanto de identificar padrões, tendências e insights que seriam difíceis de detectar por meio de análises manuais tanto para relatórios financeiros, de concorrência ou de mercado quanto para gerar valor agregado direto em cada ramo de atuação de uma determinada organização.
Para o CEO e demais lideranças, é uma excelente oportunidade de abraçar uma compreensão extra ao cenário de negócios, o que permite a tomada de decisões mais assertivas e decisivas. Para não parecer que apenas o desenvolvimento de software já se beneficia da IA, eu trago aqui outros números. Um exemplo é o fato de todo o mercado que envolve essa tecnologia pode chegar a US$ 1,3 trilhão em todo o mundo até 2032, segundo a Bloomberg.
De acordo com o mesmo levantamento, a crescente demanda por produtos de IA Generativa pode adicionar aproximadamente US$ 280 bilhões em novas receitas de software, impulsionadas por assistentes especializados, novos produtos de infraestrutura e copilotos que aceleram a codificação. Tal cenário, no curto prazo, será impulsionado ainda pela infraestrutura de treinamento, com mudança gradual no médio a longo prazo para dispositivos de inferência para Grandes Modelos de Linguagem (LLMs), anúncios digitais, softwares especializados e serviços.
Com esses dados em mente, façamos um breve exercício: sairia mais caro ou mais barato investir nesta produtividade e benefícios com a IA, detectando bugs e vulnerabilidades, ou ter de lidar com uma invasão indesejada de sistema por parte de cibercriminosos?
Um CEO com uma força de trabalho liberada para mais ações, graças às ferramentas de IA, pode manejar com maior fluidez e estratégia esses profissionais em favor de ecossistemas e arquiteturas mais robustas, por vezes automatizadas de maneira avançada. Ou seja, há um ganho nítida tanto de produtividade quanto de valor, com a ajuda dessa tecnologia em áreas importantes como governança, documentação, criação de testes, revisão de códigos, dentre outras.
Entregas melhores e em um tempo menor. Não restam dúvidas de que todos os executivos procuram resultados que tenham aderência, em algum grau, com essa resolução. Entretanto, é importante reforçar que a IA Generativa não deve ser vista como uma substituição para a inteligência humana. Ela é uma ferramenta que pode auxiliar os executivos na tomada de decisões, mas a responsabilidade final pelas decisões estratégicas continua sendo dos seres humanos.
Cabe aos executivos, assim, utilizar a IA Generativa de forma crítica e complementar, combinando os insights gerados por essa tecnologia com sua própria experiência e conhecimento de negócio.
*Alessandro Buonopane é CEO Brasil da GFT Technologies.
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