Da Redação
Levantamento divulgado pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL/MT) - aponta que o "varejo ampliado e o setor de serviços de Mato Grosso registraram queda no início do 2º semestre".
Considera ainda no estudo que "o crédito empresarial será crucial para a retomada da economia".
Veja na íntegra:
Conforme levantamento realizado pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL/MT), os primeiros dados referentes ao segundo semestre começam a ser divulgados pelo IBGE. Os números confirmam a tendência observada ao longo do primeiro semestre: os principais setores do estado apresentam queda da atividade.
No comércio, o varejo ampliado, que reúne todas as atividades segmentadas pelo IBGE, recuou 0,4% no acumulado do ano. O recuo é discreto, mas mostra um desempenho muito diferente do observado nos últimos anos, em que as vendas cresceram a taxas expressivas. Já o comércio varejista, que desconsidera atividades comerciais mais específicas, registra alta de 4,2%, num ritmo menor do que o verificado anteriormente.
No setor de serviços, excluindo o comércio, a atividade também recua. Esse setor é importante porque representa a maior fatia do PIB local.
A respeito da desaceleração, o mercado de trabalho apresenta um saldo positivo de criação de vagas. De janeiro a julho, 47,6 mil vagas formais foram criadas na economia local. O mercado de crédito local também apresenta números acima da média nacional. No segmento de crédito às empresas, esses recursos serão cruciais para a superação do momento de desaceleração da atividade econômica, principalmente no campo.
De acordo com o presidente da FDCL/MT, David Pintor, em suma, depois de anos de crescimento acima da média nacional, a economia de Mato Grosso sente os efeitos das adversidades climáticas que afetaram a região, derrubando as projeções da safra. “O próximo trimestre será crucial para o balanço final de 2024.
O período concentra boas oportunidades, sobretudo para o comércio, com datas comemorativas que tipicamente movimentam o setor. Planejamento e preparo para receber o consumidor nessas datas podem fazer a diferença, impulsionando as vendas e alavancando o desempenho do setor como um todo”, afirmou o presidente.
Vendas do comércio de Mato Grosso recuam em julho de 2024, na comparação com o mês anterior
Em julho de 2024, as vendas do comércio recuaram em Mato Grosso, na comparação com o mês imediatamente anterior, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda foi de 0,3% no comércio varejista e de 0,7% no varejo ampliado. O varejo ampliado reúne todas as atividades comerciais segmentadas pelo IBGE.
Já o comércio varejista desconsidera atividades mais específicas, como as vendas de veículos, materiais para construção e atacadista de alimentação e bebidas. No acumulado do ano, que compara as vendas no período de janeiro a julho com o mesmo período do ano anterior, observa-se que as vendas do varejo ampliado recuaram 0,4%, seguindo a tendência anterior. Já o comércio varejista apresentou avanço de 4,2% -- um ritmo menor de crescimento do que antes. A desaceleração das vendas no estado reflete o quadro de desaceleração econômica provocada pelas dificuldades do setor agropecuário.
De janeiro a julho, atividade do setor de serviços recua 8,5% em Mato Grosso; projeções apontam queda da safra de 2024
Dados do IBGE mostram que, de janeiro a julho de 2024, o volume de prestação de serviços recuou em Mato Grosso. A queda foi de 8,5% na comparação é com o mesmo período do ano anterior. Na comparação mensal, entre julho de 2024 e o mês imediatamente anterior, a queda foi de 1,7%. Observa-se que, no estado, esse setor apresenta tendência de desaceleração desde meados de 2023.
A desaceleração do setor de serviços tem relação com as dificuldades que o setor agrícola do estado enfrenta. De acordo com projeções do IBGE, a safra de 2024 deve ser bem menor que a observada em 2023 devido às adversidades que afetam a região. O setor externo também sofre as repercussões da quebra de safra. As exportações recuaram 14,5% de janeiro a agosto de 2024. Ainda assim, o saldo da balança comercial de Mato Grosso segue positivo, isto é, com o volume de exportações superando as importações.
Em Mato Grosso, comércio concentra 26% das vagas formais; saldo de criação de vagas chega a 47.584 em 2024
Dados divulgados pelo CAGED mostram que, de janeiro a julho de 2024, 47.584 vagas formais de trabalho foram criadas no estado de Mato Grosso. Esse número resulta da diferença entre o total de admissões e o total de demissões observadas no período.
No setor do comércio, esse número chegou a 5.320. O detalhamento dos dados por setor mostra que o setor de Serviços liderou a criação de vagas no estado, com saldo expressivo de 16.647 vagas criadas no acumulado do ano. O setor de Construção aparece em seguida, com saldo de 11.244 vagas criadas.
Os dados de criação de vagas mostram, em suma, que o mercado de trabalho local segue apresentando dinamismo ao longo de 2024. Por fim, o total de empregos formais no estado, independentemente da data de criação, chegou a 996 mil em julho de 2024, sendo que 26,1% do total é empregado pelo setor do comércio.
Em Mato Grosso, crédito e inadimplência bancária sobem
Em julho de 2024, o saldo de crédito a Pessoas Físicas chegou a R$ 152 bilhões em Mato Grosso, de acordo com dados do Banco Central do Brasil (BCB). Esse número representa o valor em aberto, vencido ou a vencer, das operações de empréstimos e financiamentos feitas através do Sistema Financeiro Nacional (SFN).
No segmento de crédito às empresas, o saldo chegou a R$ 72,7 bilhões. Tão importante quanto observar o patamar atual é analisar a evolução desses números. Os dados do estado mostram que o crédito avança nos dois segmentos, com taxas muito superiores à média nacional.
No segmento de crédito às famílias, o avanço foi de 14,7%. Esses recursos servem para antecipação do consumo das famílias, impactando positivamente o varejo. Por fim, a taxa de inadimplência bancária, que avalia a proporção do saldo de crédito com atraso de mais de 90 dias, mostra que houve crescimento desses atrasos nos dois segmentos na comparação entre julho de 2024 e julho de 2023.
No Centro-Oeste, IPCA acumula alta de 4,2% no acumulado de 12 meses
Dados do IBGE mostram que, no acumulado dos 12 meses encerrados em agosto de 2024, o índice oficial de inflação (IPCA) acumula alta de 4,20% na região Centro-Oeste. A alta local ficou ligeiramente abaixo da média nacional (4,24%). Esse índice considera uma cesta de bens e serviços tipicamente consumidos pelas famílias com renda de 1 a 40 salários-mínimos. No país como um todo, a abertura dos dados por itens mostra que o grupo de bens e serviços relacionados à educação registrou um crescimento médio dos preços de 6,9%.
Na outra ponta, os itens de artigos de residência registraram variação de 0,9%. O IPCA registrou forte desaceleração no ritmo de crescimento de preços entre meados de 2022 e meados de 2024. No entanto, nos meses mais recentes, o ritmo de crescimento dos preços permanece mais elevado. Por fim, o IGP-M, apurado pela FGV, registrou variação de 4,3% no acumulado dos 12 meses encerrados em agosto de 2024.
Com Assessoria de Imprensa/FCDL/MT
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