• Cuiabá, 15 de Setembro - 2025 00:00:00

Reunião do Copom: expectativa de corte na taxa Selic em meio à queda da inflação


Da Redação

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deu início nesta terça-feira (19) à sexta reunião do ano, realizada em Brasília, com o propósito de deliberar sobre a taxa básica de juros, conhecida como Selic. Em decorrência da marcante queda da inflação nos últimos meses, a expectativa é que o órgão reduza a Selic, atualmente em 13,25% ao ano, para 12,75% ao ano. Isso representaria o segundo corte desde agosto, quando o Banco Central encerrou o ciclo de aperto monetário.

No comunicado da última reunião, no início de agosto, o Copom anunciou que os diretores do BC, juntamente com o presidente do órgão, Roberto Campos Neto, concordaram por unanimidade em realizar cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões.

De acordo com a edição mais recente do Boletim Focus, uma pesquisa semanal com analistas de mercado, é esperada uma redução de 0,5 ponto percentual na taxa básica, embora algumas instituições prevejam um corte de até 0,75 ponto percentual. A expectativa do mercado financeiro é que a Selic encerre o ano em 11,75% ao ano. A decisão será anunciada pelo Copom na quarta-feira (20).

Em relação à inflação, na ata da última reunião, o Copom explicou que a evolução do cenário econômico e a significativa queda da inflação permitiram que eles ganhassem confiança para iniciar um ciclo gradual de flexibilização monetária. Apesar da redução da inflação, o Copom observou que alguns preços ainda estão subindo ou caindo menos do que o previsto. Portanto, a autoridade monetária planeja reduzir os juros de forma cautelosa.

Com a forte desaceleração dos índices de preços nos últimos meses, as expectativas de inflação também diminuíram. De acordo com o último Boletim Focus, a estimativa de inflação para este ano caiu de 4,93% para 4,86%.

Em agosto, o IPCA, influenciado principalmente pelos setores de habitação e saúde, registrou uma variação de 0,23%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Embora tenha acelerado em relação a julho, o índice ficou abaixo das projeções devido à queda nos preços dos alimentos. Como resultado, o IPCA acumulou um aumento de 3,23% no ano e de 4,61% nos últimos 12 meses.

A taxa Selic desempenha um papel crucial nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para outras taxas na economia. É o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação. O BC realiza operações de mercado aberto diariamente, comprando e vendendo títulos públicos federais, a fim de manter a taxa de juros próxima ao valor definido na reunião do Copom.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, isso visa conter a demanda aquecida, impactando os preços, já que os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Taxas mais elevadas também podem dificultar o crescimento econômico. No entanto, além da Selic, os bancos levam em consideração outros fatores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas, ao definir as taxas de juros para os consumidores.

Ao reduzir a Selic, a tendência é que o crédito fique mais acessível, incentivando a produção e o consumo, o que pode reduzir o controle da inflação e estimular a atividade econômica.

O Copom se reúne a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, são apresentadas análises técnicas sobre a evolução da economia brasileira e mundial, bem como o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom, compostos pela diretoria do BC, avaliam as opções e definem a taxa Selic.

Para este ano, a meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e perseguida pelo BC é de 3,25%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Isso significa que o limite inferior é de 1,75% e o superior é de 4,75%. As metas para 2024 e 2025 são de 3% para ambos os anos, com a mesma margem de tolerância. A meta para 2026 será definida neste mês.

No último Relatório de Inflação, divulgado no final de junho pelo Banco Central, a autoridade monetária reconheceu a possibilidade de um ligeiro estouro da meta de inflação neste ano, prevendo um IPCA de 5%. O próximo relatório será divulgado no final de setembro.

(Com Agência Brasil de Notícias)




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