O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT) avisa que "a edição 2023 do Projeto SoleTRE ainda está com vagas disponíveis".
Observa que "os(as) interessados(as) devem entrar em contato pelos telefones (65) 3362-8095 e (65) 99290-1745. O público-alvo são adultos(as) e idosos(as) analfabetos(as), portanto, caso conheça alguém que queira aprender a ler e a escrever, basta indicar os telefones de contato. As aulas são gratuitas e ocorrerão às terças e quintas-feiras, das 8h às 11h, com duração até 30 de junho de 2023".
O TRE - por meio da Comunicação - pontua mais sobre o assunto:
Saber ler e escrever é uma das condições essenciais para o pleno exercício da cidadania. Com esta motivação, novos(as) participantes do projeto SoleTRE participaram da aula inaugural da edição 2023, na manhã desta terça-feira (07.03). A iniciativa é realizada pela Corregedoria Regional Eleitoral (CRE) do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT), com o objetivo de alfabetizar jovens e adultos que não tiveram a oportunidade de estudar.
Aos 70 anos de idade, seu Fernando Assunção Miranda, afirmou que o projeto teve um papel especial na vida dele. “O SoleTRE foi tudo na minha vida, sem ele eu não saberia escrever, nem ler, nem conversar. Com 65 anos, estudei e aprendi, comecei a escrever meu nome, os nomes dos meus filhos, da minha mulher, dos meus irmãos, tirei minha carteira de identidade nova, que eu mesmo assinei. Estou muito feliz e agora estou tirando meu documento da moto, a habilitação. Depois que eu aprendi a ler, foi o primeiro voto consciente da minha vida. Antes, eu ia e pegava qualquer papel e votava nele. Agora, é um voto que posso dormir com a consciência tranquila”.
A vice-presidente do TRE-MT e corregedora regional eleitoral, desembargadora Nilza Maria Pôssas de Carvalho, lembrou que o SoleTRE teve início em 2019, com homologação dos desembargadores Sebastião Barbosa Farias e Gilberto Giraldelli, que atuavam como corregedor regional eleitoral e presidente do TRE-MT, respectivamente. O projeto foi acolhido pela desembargadora e pelo desembargador Carlos Alberto Alves da Rocha, presidente do Tribunal, em abril de 2021.
“Estou muito feliz por estarmos lançando mais uma edição e muito emocionada com o depoimento do seu Fernando. É muito importante que eles saibam ler e escrever, que tenham o orgulho de deixar de ter no título de eleitor a condição de analfabeto(a), e também para que não caiam em golpes. Essa é uma contribuição do TRE-MT e fico feliz também com a participação das professoras e monitores(as) que são voluntários(as), com bom coração, e estão dispostos(as) dar essa parcela de contribuição para a sociedade. Além disso, na questão do voto, vão poder conhecer melhor os objetivos dos(as) candidatos(as), saber quem é quem na eleição e escolher o que considerar melhor”.
De acordo com o juiz auxiliar da CRE, Antônio Veloso Peleja Júnior, o SoleTRE é uma conquista de cidadania. “É uma ação inclusiva, de pertencimento. Nós sabemos que o voto da pessoa analfabeta é facultativo, ele é um cidadão, mas para que ele seja um cidadão pleno é necessário que se abram as janelas, é necessário que ele seja alfabetizado, que ele compreenda um contrato, que ele possa assinar documentos, que ele entenda as palavras, que saiba interpretar. É muito importante isso para que o cidadão e a cidadã tenham essa cultura de pertencimento à sociedade e que eles(as) possam se sentir bastante plenos, ao participar das escolhas políticas”.
Oportunidade
Pela primeira vez em uma sala da aula, seu Santana Batista da Conceição, de 60 anos de idade, se emocionou ao falar sobe a oportunidade de aprender a ler e escrever. “Espero sair daqui pelo menos sabendo assinar meu nome e ler, para poder tirar meus documentos com minha assinatura, porque os que tenho são só com a impressão digital. Acredito que vai ser melhor até para votar. Estou bem feliz porque tenho certeza que já vou sair daqui sabendo alguma coisa e melhorar o conhecimento. Deus me ajude porque quero ir até o final”.
Sidélia Paula da Silva Soares, que tem 56 anos de idade, frequentou uma escola durante três meses, mas contou que o tempo não foi suficiente para concluir a alfabetização. “Nesse tempo, eu pouco aprendi. Depois tive que parar de ir para a aula por causa do trabalho e por morar em uma chácara distante. Tenho muita vontade de estudar, então espero que agora eu aprenda. Eu preciso muito e eu quero aprender. Com isso, vai ser mais fácil ter minha escolha de voto, conhecer os candidatos, vou conseguir ler as propostas deles, e votar com mais segurança”, ressaltou.
Os conteúdos serão ministrados por duas servidoras da Justiça Federal, Maria Luiza Miorim e Sofia Fernandez Moura de Paula, e contam também com servidores(as) da Justiça Eleitoral atuando como monitores(as). “A primeira vez participei como monitora e agora, como professora. Sempre gostei de ensinar. É muito bom ver a evolução da turma a cada aula, é realmente gratificante. Esperamos contribuir e que eles cheguem até o final do curso, sabendo ler e escrever, porque isso é fundamental até para se locomover”, afirmou Sofia Fernandez Moura de Paula.
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