Nídia Fátima Ferreira
A descoberta do diagnóstico de câncer causa grande impacto na vida do paciente. As incertezas e diversos medos assombram sua saúde mental e a instabilidade emocional, nesse momento, é sentida com mais intensidade. As mais diferentes histórias já conhecidas e algumas vivenciadas de perto, por um amigo ou membro da família, passam pela cabeça. Algumas delas trazem bons prognósticos, mas outras, nem tanto. Enquanto isso, o medo e a sensação
de insegurança estão à espreita. Esses sentimentos estão sempre presentes, e outros sintomas, que vão além da parte física podem surgir.
O câncer pode desencadear muitas reações, tanto no aspecto físico quanto emocional, e alguns sentimentos, desequilíbrios e conflitos internos, surgem causando um sofrimento intenso, capaz de resultar em uma desorganização psíquica, implicações estas que, vão depender da localização, do estágio da doença e do tratamento.
O diagnóstico e todo o processo da doença apresentam consequências diversas tanto ao paciente como para sua família. No paciente, é possível que desconfortos físicos e/ou psicológicos apareçam, seguidos de quadros de ansiedade, sintomas depressivos, mudanças na autoimagem e alterações de hábitos e estilos de vida.
Além do estigma de uma enfermidade dolorosa e fatal, a pessoa com câncer vivencia no tratamento, comumente longo, perdas e sintomas adversos, podendo ocasionar prejuízos às suas habilidades funcionais, vocacionais e incerteza quanto ao futuro. Diante disso, costumam ocorrer muitas fantasias e preocupações em relação à morte, o próprio temor de morrer, a possibilidade de recorrência da doença, mutilações e dor.
Assim sendo, trazer os familiares para o acompanhamento e o desenrolar do tratamento é uma das estratégias que facilita na condução da atenção ao paciente, pois o familiar é orientado sobre os aspectos alimentares, higiênicos e isso aumenta a segurança e a confiança no cuidado em domicílio. Essa rede de cuidado é formada por pessoas que de fato acompanham o tratamento e pode ser ampliada com outros familiares e amigos. Quanto maior é a capacidade de comunicação e convívio entre essa rede, mais ela se torna eficiente e facilitadora do trabalho da equipe multiprofissional.
O importante, nesses momentos, é contar com a rede de apoio, seja ela familiar, de amigos próximos ou mesmo de colegas de trabalho que possam incentivar o paciente e estar presentes ao longo do tratamento. Esse importante amparo pode ser feito de várias maneiras: incentivando com palavras de conforto, levando o paciente para passear (dentro das possibilidades deste), proporcionando uma alimentação saudável e adequada, auxiliando no cuidado com os filhos e oportunizando ocasiões de descontração e alegria. Assim, ele se sentirá mais seguro e protegido para seguir seu tratamento e combater qualquer obstáculo que possa surgir.
*Nídia Fátima Ferreira é psicóloga, mestre em Saúde Pública faz parte do corpo clínico da Oncomed-MT.


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