Rafaela Maximiano
O partido Movimento Democrático Brasileiro (MDB) não tem atualmente nomes para disputas de cabeça de chapa para as próximas eleições em Mato Grosso e suas prioridades seriam as candidaturas a deputados estaduais e federais. A análise é da presidente do MDB de Cuiabá e deputada estadual licenciada, Janaina Riva, que não descarta a possibilidade de nomes surgirem mais à frente.
“Hoje o MDB não tem nome para disputa própria na cabeça de chapa para as próximas eleições é claro que a gente não descarta isso, mas hoje a princípio o MDB trabalha com prioridade das chapas proporcionais de Estado e Federal”, declara.
Em tempo, em que pese a posição da deputada, uma ala do MDB defende o nome do prefeito Emanuel Pinheiro à corrida ao comando do Palácio Paiaguás. Pinheiro, por sua vez, ainda não confirma essa via.
Para 2022 Janaina Riva diz que “por enquanto” não cogita a Câmara Federal e nem o Governo do Estado e seu projeto continua sendo a reeleição para deputada estadual, além de “continuar a trabalhar para ser uma deputada forte dentro da Assembleia Legislativa”.
Quanto ao seu afastamento temporário da Casa Leis, Janaina explica que já estava acordado um rodízio com o suplente Romoaldo Junior (MDB). “Acredito que ninguém vence eleição sozinho, então nesse sistema de legenda tem um vice que ajudou a vencer, todos dependem da somatória dos votos um do outro, por isso é preciso que os suplentes sejam valorizados e tenham a oportunidade de exercer a função como parlamentar”, explicou.
Esses e outros assuntos foram abordados pela deputada estadual Janaina Riva na Entrevista da Semana ao FocoCidade, a exemplo uma avaliação do trabalho do atual presidente da ALMT, o deputado Max Russi (PSB); a discussão BRT x VLT; a condução do combate à pandemia no Estado; a violência contra a mulher; além dos planos da deputada ainda para este mandato.
Janaina Riva Fagundes é atualmente um nome forte na Assembleia Legislativa tendo em vista sua trajetória curta, porém alicerçada em uma reeleição a deputada estadual como a primeira mulher a receber o maior número de votos na disputa ao parlamento estadual.
Também foi a primeira mulher a ocupar o cargo de vice-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso nos Biênios 2019/2020 e 2021/2022. Também fez história como a primeira mulher a presidir a ALMT por 50 dias, entre os meses de abril e maio de 2019. Atualmente Janaina é segunda-secretária do Poder Legislativo.
Confira a entrevista na Íntegra, e boa leitura!
Qual a avaliação que a deputada faz do trabalho do atual presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, deputado Max Russi (PSB)?
O presidente Max Russi está com muita vontade de fazer a diferença na Casa, eu tenho visto no Max um desejo de fazer uma reforma administrativa de enxugar mais. Tem continuado as parcerias da Assembleia Legislativa com o Governo do Estado, então sem dúvidas o Max tem feito uma boa gestão e tem representado muito bem todos os deputados.
Com relação à questão da escolha do modal Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) ou Bus Rapid Transport (BRT). A Al aprovou no início do ano, o projeto de lei do governador Mauro Mendes, porém as discussões não cessaram. O Legislativo de Cuiabá e a Prefeitura defendem um plesbicito. Qual a análise da deputada sobre essa situação e qual o melhor modal na sua opinião?
Na minha opinião o melhor modal é aquele que sair do papel. Eu acho que a população precisa ter um modal de qualidade, Cuiabá e Várzea Grande clamam por isso e essa discussão entre BRT e VLT ela tem que ser uma decisão, na minha opinião, por parte do próprio governador em exercício. Se não, não irá acontecer, o recurso é do Estado. Eu acho que o prefeito de Cuiabá e o governador tinham que chegar em um entendimento, acho que plebiscito não resolve o problema, o que resolve o problema é ter vontade de tocar uma obra e ter dinheiro para essa obra ser executada. Então a Assembleia continua defendendo o BRT e nós consideramos sim que o plebiscito é dinheiro jogado fora e que não é necessário nesse momento.
A deputada realmente criticou a postura de alguns secretários estaduais que estariam usado seus cargos em uma espécie de pré-candidatura à AL-MT? Se estão fazendo politicagem qual sua opinião?
Eu fiz uma crítica sim aos secretários. Acho que os secretários têm que fazer um atendimento político igualitário para todos os deputados estaduais, não só até mesmo para os deputados da base, mas tem que fazer uma política séria com gestão para o estado de Mato Grosso e não ficar fazendo politicagem, dando benefícios, dando emendas, dando equipamentos em troca de apoio, recurso em troca de apoio.
Isso está errado, a Assembleia quer combater isso, a gente não aceita isso, porque os secretários estão ali representando todos os deputados e inclusive o próprio Governo do Estado. Então, essa é uma preocupação sim que eu tenho, não concordo com a ação desses secretários e a Assembleia vai exigir também daqueles que forem candidatos, eles têm que se desincompatibilizar, até para que a disputa seja uma disputa honesta e igualitária.
Com relação à pandemia da covid-19, como vê a condução desse problema aqui em Mato Grosso?
Hoje Mato Grosso está bem respaldado no combate à covid, nós temos estruturas de UTIs praticamente quatro vezes maior do que quando iniciou a gestão do governador Mauro Mendes. Hoje já um pouco mais controlada a situação. Infelizmente a gente tem ainda muita dificuldade aqui no índice de isolamento, isso é preocupante, mas em contrapartida eu acredito que o Estado tem dado um bom retorno. Ainda sim acho que poderia melhorar os incentivos às empresas, aos segmentos impactados economicamente falando em relação à pandemia. Eu acho que o Estado ainda deixa um pouco a desejar nesse quesito que poderia melhorar.
Como a senhora avalia a violência contra a mulher e vulneráveis, principalmente nesse período de pandemia. Os Poderes Constituídos estão trabalhando a contento ou poderiam evitar o aumento de casos?
Hoje é muito preocupante a violência contra a mulher nesse período durante à pandemia. Aumentaram muito o número de vítimas e diminuíram o número de boletins de ocorrência, então eu vejo que hoje o Estado tem tentado, já fez delegacia 24 horas, está bem estruturada; agora essa parceria com o Poder Judiciário de instalar o SOS mulher, as medidas protetivas on-line com o botão do pânico, são medidas que possam ajudar a reduzir o número de feminicídios principalmente, porque começa com a violência e termina com o feminicídio. Essa é uma preocupação que temos e fico feliz que o Estado está cuidando disso, a primeira-dama Virgínia Mendes tem feito um trabalho nesse sentido e a gente vem reforçando tudo isso de dentro da Assembleia.
A Deputada entrou de licença da AL-MT por 120 dias para tratar de assuntos pessoais e abriu vaga para seu suplente. Já estava acordado o rodízio?
Sim. Acredito que ninguém vence eleição sozinho, então nesse sistema de legenda tem um vice que ajudou a vencer, todos dependem da somatória dos votos um do outro, por isso é preciso que os suplentes sejam valorizados e tenham a oportunidade de exercer a função como parlamentar. O rodízio parlamentar, portanto, é importante para dar oportunidade aos suplentes da legenda de assumirem um mandato temporariamente na Assembleia Legislativa.
Depois que retornar, quais os projetos que a deputada Janaína Riva irá defender?
Como deputada quero continuar defendendo o municipalismo. A gente tem que desburocratizar mais, tem de repassar recursos para os municípios e os municípios definirem como serão aplicados e prestarem conta disso. Do jeito que está hoje o Estado tem muito dinheiro, mas não tem eficácia lá no interior. Assim como a gente quer reforçar o patrulhamento da Maria da Penha no interior do Estado, que os hospitais regionais aconteçam no interior do Estado também. Meu objetivo durante esse mandato como deputada é ver as políticas públicas chegarem ao objetivo final que é atenderem à população e como deputada ainda quero voltar a discutir a previdência para os aposentados e os portadores de doenças raras. Estou esperando o governo mandar isso novamente para a Assembleia porque essa é uma discussão muito relevante e faz a diferença na vida de milhares de cidadãos mato-grossenses.
O MDB pode ter candidatura própria nas próximas eleições e quem seriam os nomes na sua avaliação para encabeçar a chapa?
Hoje o MDB não tem nome para disputa própria na cabeça de chapa para as próximas eleições, é claro que a gente não descarta isso, mas hoje a princípio o MDB trabalha com prioridade das chapas proporcionais de Estado e Federal. Então, o partido hoje não tem um nome que vá ser defendido como candidato e isso é lógico pode surgir, mas nesse momento a gente vai priorizar as candidaturas a deputados estaduais e federais.
Qual é o projeto da deputada para 2022, pensa em reeleição, ou concorrer a uma vaga na Câmara Federal ou mesmo ao Governo do Estado?
Hoje o meu projeto continua sendo a reeleição para deputada estadual. Quero trabalhar para continuar sendo uma deputada forte dentro da Assembleia Legislativa, e isso é um desafio, porque para quem ainda não está no cargo é muito mais fácil entrar do que pra quem já está, provar que você é bom naquilo que você faz. Então eu quero reforçar isso e tentar chegar bem colocada lá na Assembleia Legislativa, não cogito por enquanto Câmara Federal e nem o Governo do Estado.
Suas considerações finais ao leitor do FocoCidade...
Por fim quero mandar um super abraço para vocês leitores do FocoCidade e deixar registrado o meu carinho. Estou sempre aqui de portas abertas para atendê-los, pra gente conversar sobre pautas tão positivas quanto essas pautas políticas e propositivas para o Estado de Mato Grosso. Um abraço a todos.
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