Paulo Lemos
No pico da Pandemia, o retorno às aulas presenciais não tem nada a ver com supostamente tirar servidor público da zona de conforto, como se estivessem, pelo contrário, estão trabalhando todos os dias.
Porém, não é só a aglomeração dos profissionais da Educação, é submeter centenas de milhares de alunos ao confinamento entre os muros escolares, que se tornarão campos de concentração da Covid, com a nova cepa que infecta crianças, adolescentes e adultos.
Cada um vindo de um endereço e uma realidade heterogênea de cuidados sanitários, para as mesmas salas de aula e área de socialização, Câmaras da Covid e Corredores de Infecção.
Depois voltando para casa, tendo contato com irmãos, pais, avós, pessoas de segmento de risco.
Embora atualmente a capilaridade e virulência do vírus aumentou muito, todos estão suscetíveis, inclusive os alunos. Aumentou 500% o número de jovens internados pela doença e a letalidade chegou até em bebês.
A situação do Brasil é completamente distinta do resto do mundo. Vacinamos menos da metade dos grupos prioritários, imagina o restante da população. E as medidas adotadas é só para piorar o quadro.
É uma distopia, um nível de negação quase psicótico, um conformismo com a morte por atacado, uma falta de inteligência estratégica, tática e operacional, uma estupidez no trato de tudo isso, que praticamente só por um milagre.
Sim, a Educação é essencial. Mas, se você estiver doente ou potencialmente submetido ao risco de se infectar e poder contaminar outras pessoas e morrer, é razoável proceder como se estivéssemos dentro da normalidade e obrigar as atividades presenciais?
Sim, a Educação é essencial, mas se alunos de uma família estão com seus familiares passando fome, pela recessão econômica, irá se exigir cabeça fria e paz de espírito para darem atenção às aulas?
Na guerra híbrida e revolução colorida que está gerando esse estrago, as prioridades absolutas e únicas é manter as pessoas vivas, tirar da marcha-ré e engatar a quinta no processo de vacinação, garantir moradia, alimento, trabalho e renda, subsidiados pelo Estado, e acolhimento com políticas públicas psico-sociais, de quem já não aguenta mais o estado de calamidade.
Fruto da incompetência, burrice e falta de empatia acumuladas em toneladas, sobretudo pelas autoridades alucinadas e delirantes. Se não dão conta do recado, pedem para sair.
Paulo Lemos é advogado.


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