Rafaela Maximiano - Da Redação
“Fui eleito com pouco mais de 50 mil votos, mas vou governar para quase 300 mil habitantes. Vou fazer uma gestão para todos”. A afirmação é de Kalil Baracat (MDB), eleito ao cargo de prefeito em Várzea Grande, com 46,1% dos votos válidos. Seu vice é José Hazama, atual vice-prefeito. Juntos conquistaram 50.918 mil votos.
Na Entrevista da Semana ao FocoCidade, o futuro prefeito faz uma avaliação do resultado das eleições e também uma projeção dos trabalhos para o próximo mandato, entre elas o desafio de solucionar o problema de abastecimento de água no município e impulsionar a economia local com incentivos fiscais, investimento em ciência e tecnologia, além de reestruturar o distrito industrial da cidade.
O candidato falou da emoção de ser escolhido o próximo prefeito de Várzea Grande. "A sensação de ganhar as eleições é de dever cumprido. E, às vezes parece que a ficha não caiu ainda. É uma alegria ver que as pessoas do município conseguiram entender o projeto e a proposta tanto de continuidade de gestão quanto para avançarmos mais ainda", comenta Kalil.
Ele ainda projeta os próximos passos. "A partir de agora iremos trabalhar muito para colocar em prática o plano que apresentamos e que convenceu a maioria da população a nos dar esse voto de confiança. Com certeza iremos convocar a população para que possam nos dar a força política suficiente para que tudo aquilo que projetamos e apresentamos para a população para o crescimento, desenvolvimento e avanço, sejam implementados", ressalta.
De família tradicional da cidade, Kalil Baracat possui no histórico familiar os exemplos de Sarita Baracat, sua avó, que foi vereadora e prefeita de Várzea Grande, e, deputada estadual; também o pai, Nico Baracat, foi vice-prefeito e vereador de Várzea Grande além de deputado estadual e secretário de Estado. Kalil, que já foi vereador no município e por duas vezes ocupou cargos de secretário municipal afirma: “quero em meu mandato deixar meu legado e a minha marca na história de Várzea Grande”.
Confira a entrevista na íntegra:
Tendo em vista a concorrência acirrada para a prefeitura de Várzea Grande, neste pleito, como o senhor recebeu o resultado das eleições? O que foi fundamental para sua vitória?
A eleição foi acirrada, ganhamos com uma margem de 6%. Aonde eu credito essa vitória ao grupo político que me apoiou, à proposta de continuidade a uma bela gestão, da qual fiz parte. A população entende que o que foi feito deva continuar e avançar com mudanças. Tivemos a felicidade de ser eleito com o compromisso de avançar com mudanças.
Já foram divulgadas algumas informações sobre a equipe de transição, mas como está ocorrendo a transição de governo?
Muito tranquila, até porque a atual gestão me apoiou com a proposta de um governo de continuidade. Foram nomeados companheiros para acompanhar essa transição, é um indicativo do Tribunal de Contas para que seja formado a comissão e tudo está sendo feito com muita transparência e tranquilidade. E posso afirmar, que fosse qualquer outro candidato eleito seria da mesma maneira. A gestão da atual prefeita Lucimar Campos é muito transparente, não há dificuldade nenhuma, qualquer munícipe pode ter acesso aos números e dados da prefeitura.
Em relação ao grupo de secretariado para a sua gestão, haverá mudanças? A escolha está ocorrendo por critérios políticos ou técnicos?
Vamos avaliar ainda de forma criteriosa os secretários atuais. A equipe da prefeita Lucimar Campos, que tem uma aprovação de 80%, contribuiu para esse bom quadro. Estamos estudando os atuais secretários e os nomes no grupo político que nos ajudou. Nosso critério passa pela questão política, mas a questão técnica será determinante.
O novo time de secretários já foi escalado? É possível citar nomes por áreas de atuação?
Ainda não temos nenhum quadro definido. Prefiro não citar nomes também. Não tenho compromisso com ninguém, vamos anunciar o staff daqui a uns dias, é necessário anunciar, mas ainda não tem ninguém definido para se tornar público. Estamos conversando com os partidos e com o grupo que me elegeu.
Na sua opinião, qual será a maior dificuldade do início do seu mandato?
Não vejo dificuldades e sim desafios. Temos pela frente uma pandemia que não acabou, a qual temos que combatê-la bem como a conscientização junto à população que precisar continuar. Vejo também algumas situações que já vêm caminhando para serem resolvidas como é o caso do abastecimento de água e que também será prioridade no nosso governo. Fizemos o compromisso com a sociedade várzea-grandense para que esse problema seja resolvido durante os próximos quatro anos, além de outras demandas que a cidade tem. Embora a cidade venha com um bom quadro, os desafios sempre são grandes numa gestão pública.
Com relação ao problema de abastecimento de água no município, que é um dos maiores enfrentados pelas administrações que já passaram e também pelo senhor durante as eleições. Qual ação efetiva para sanar esse problema, a população pode esperar do prefeito Kalil Baracat a partir do dia 01 de janeiro de 2021?
Nós tivemos em 2020 um ano atípico, um ano de pandemia onde o consumo de tudo aumentou. De água não foi diferente. Também tivemos uma grande seca no estado de Mato Grosso, grandes queimadas. Onde os poços artesianos secaram, o leito do Rio Cuiabá acabou baixando, e com todo esse cenário as dificuldades do abastecimento de água aumentaram. Agora tomarei medidas para que esse problema da falta d’água se resolva. Já existe uma estação de tratamento de água que está sendo construída, precisamos acabar com as percas de água que ocorrem pela cidade, esses e outros pontos já estão sendo levantados dentro do Departamento de Água e Esgoto de Várzea Grande para que possamos iniciar as soluções assim que assumirmos em primeiro de janeiro.
Tendo em vista a crise econômica vivida no país e no mundo, agravada pela pandemia da Covid-19, o senhor já pensou como fará para retomar a economia municipal e atender empresários e população mais necessitada?
Algumas ações que serão tomadas em nosso governo: por exemplo a construção do parque tecnológico, que em conjunto com as universidades vai trazer emprego e renda para o município. Até porque vamos criar tecnologia principalmente para o agronegócio, um dos setores mais fortes economicamente que temos no Estado hoje. Vamos também revitalizar o distrito industrial de Várzea Grande, trazer infraestrutura para atrair as empresas e gerar emprego e renda para o município e assim fortalecer a economia.
Vamos estudar uma alíquota diferente para o ISS ou o IPTU diferenciado para as empresas que vierem se instalar no município. Tudo isso precisa de uma programação dentro da Lei Orçamentária Anual a LOA, do Plano Plurianual o PPA, da Lei de Diretrizes Orçamentárias a LDO, ou seja, temos que fazer uma previsão de renúncia de receita, para ter legalidade de dar essa isenção ou incentivo às empresas que virão.
Além dos assuntos já citados quais outros projetos e áreas deseja dar atenção no início do seu governo?
Logo no início da gestão vamos encampar o problema da água, que com a continuidade da construção desse novo centro de abastecimento do Cristo Rei que atenderá toda aquela região, mais de cem mil pessoas, 72 bairros. E, as duas estações que já existem atenderão o restante da cidade e ainda vamos combater as perdas. Então o desafio da água é grande, mas que já está encaminhado. A prefeita Lucimar Campos nos deixa esse presente, além da estação no Bom Sucesso que ela fez e já está operando e atende sim as comunidades do próprio Bom Sucesso, Souza Lima e região.
A Primeira-Dama vai participar do governo? De que forma?
Minha esposa possui um cargo público, um impedimento legal de ocupar cargo na administração. Mas ela vai sim ser uma colaboradora nas ações associais. Será uma madrinha nas ações sociais. Ela já tem alguns projetos para colocar em prática, mas vai sim colaborar com a gestão.
Também dará sequência aos projetos que já existem na promoção social a exemplo do Mulheres Empreendedoras, o Caderno 2, o Juventude Ativa, e outros programas sociais importantes que terão continuidade, mas também avançaremos com novos projetos.
Na sua visão, o que precisa de uma mudança mais expressiva em Várzea Grande?
Vejo que a cidade vem bem, a casa está arrumada, e a prefeita Lucimar Campos nos deu a possibilidade de sonhar mais alto. Então buscaremos projetos novos, inovadores. Nós temos parceiros para isto. Nós temos o apoio do senador Jayme Campos, um apoio incondicional dele que é várzea-grandense como eu e foi meu parceiro até hoje e vai continuar sendo. Nos ajudando, buscando recursos para que a gente consiga trazer novos projetos para Várzea Grande.
Também contamos com a parceria com o Governo do Estado, com a bancada Federal para continuarmos avançando.
Como será sua relação com a oposição? Já existe articulação para liderança na Câmara de Vereadores?
Quanto à liderança ainda é cedo falar, mas posso dizer que tenho um bom acesso com todos os vereadores, os que foram eleitos comigo e os que foram eleitos pela oposição. Então acho que hoje não tem nenhum problema com a Câmara de Vereadores, as eleições acabaram dia 15, o projeto agora é Várzea Grande. Fui eleito com pouco mais de 50 mil votos, mas vou governar para quase 300 mil habitantes. Vou fazer uma gestão para todos, vou trabalhar para todos os várzea-grandenses. A oposição, o pleito eleitoral acabou dia 15, agora o foco é Várzea Grande.
E, é dessa forma que vou conduzir com a Câmara, porque são poderes distintos, mas que têm que caminhar no mesmo sentido da melhoria para a cidade de Várzea Grande.
Não enviarei nenhum projeto que não seja republicano para a aprovação da Câmara Municipal, os projetos sempre buscarão o bem do munícipe da cidade e os vereadores também precisam trabalhar pelo que é salutar para o município.
Como o senhor imagina que vai ser a condução da pandemia na sua administração, tendo em vista o aumento do número de casos no Brasil e no mundo?
Temos especulações sobre a vacina que chega no próximo ano, talvez fevereiro, sobre a vacina também temos os pronunciamentos do governador Mauro Mendes. Mas independente, temos que avaliar diariamente e a equipe técnica da prefeitura faz essa avaliação diária e conforme for a evolução vamos tomando as medidas. Mas penso que temos que manter o distanciamento, manter o uso de máscaras faciais, manter a higienização e nos prevenir sempre até porque o vírus está aí.
O que o senhor espera da sua administração como prefeito de Várzea Grande?
Às vezes pensando sozinho parece que a ficha não caiu, tudo é muito novo. Quero dar continuidade a gestão que fiz parte, tive a hora de integrar que é da prefeita Lucimar Campos, na qual eu trabalhei muito e aprendi muito com eles tanto com Lucimar quanto com o senador Jayme Campos.
E, espero conseguir fazer o que minha avó fez, meu pai fez: um bom trabalho, trabalhar pela minha cidade, deixar um legado, uma marca, obras marcantes na cidade, deixar um legado como a minha família deixou. Quero em meu mandato deixar meu legado e a minha marca na história de Várzea Grande.
Ainda não há comentários.
Veja mais:
AL: CST da Enfermagem debate proteção a profissionais da saúde
Infraestrutura: Governo confirma R$ 220 mi em obras no Estado
Operação da PC e Vigilância Sanitária interdita clínica de estética
Governo mira pequenas e médias empresas para fechar rombo fiscal
Governo garante gás de graça para 15,5 milhões de famílias
Tribunal do Júri: homem acusado de homicídio é condenado a 12 anos
Tarifaço e seu alerta para o Brasil valorizar sua indústria
Dos Baby Boomers à Geração Z: conflitos e aprendizados do novo mundo corporativo
Operação integrada prende homicida condenado a 14 anos
Tribunal de Justiça elege novos juízes-membros do TRE