Da Redação
O Governo anunciou que "os acordos comerciais entre o Estado de Mato Grosso e o Governo da Bolívia estão sendo concretizados".
Isso porque durante uma reunião na sexta-feira (31), no Palácio Paiaguás, o embaixador da Bolívia no Brasil, Wilfredo Rojo Parada, o presidente da Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), Richard Botello, e comitiva foram recepcionados para uma conversa sobre o contrato firme de gás e sua prorrogação por dez anos, entre outros assuntos.
“Houve uma mudança no governo da Bolívia e esta visita é importante para desenvolvermos definitivamente uma série de projetos, especialmente aqueles referentes ao gás boliviano e à ureia. Com a prorrogação do contrato por dez anos poderemos levar o gás natural para o Distrito Industrial de Cuiabá, para o abastecimento de usinas de etanol de milho e caminhões”, disse César Miranda, secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico.
Estudo da MT Gás e do Senai MT mostram que seriam necessário 40,5 milhões de metros cúbicos por mês para abastecer todas as usinas de etanol de milho do Estado e também os caminhões que passariam a ser abastecidos com gás natural liquefeito (GNL). Para o distrito, seriam mais 2,5 milhões de metros cúbicos por mês.
“Agora temos um cronograma e datas estabelecidas para conclusão e efetivação de conversas que vêm há anos ocorrendo. O Governo de Mato Grosso quer colocar em prática estas conversas para atingir os interesses do Estado e também da Bolívia”, afirmou Mauro Carvalho, secretário-chefe da Casa Civil.
O secretário de Fazenda, Rogério Gallo, enfatizou que Mato Grosso, com este contrato assinado, garante mercado para o gás boliviano pelos próximos 10 ou 20 anos. “Já tivemos o fornecimento de gás em Mato Grosso, mas com interrupções. Com esta segurança, conseguiremos recuperar a credibilidade do gás no Estado junto aos clientes. Isto fará com que a relação entre Mato Grosso e Bolívia se estenda para outros negócios”.
Outros assuntos discutidos foram a pavimentação da rodovia BR 070 entre San Matías e San Ignácio, na Bolívia; o Porto de Cáceres, com a efetivação dos trabalhos da Hidrovia Paraguai-Paraná, também será um negócio de interesse boliviano e mato-grossense, pois poderá levar a soja produzida no Estado e importar ureia, insumo importante para o agronegócio.
O embaixador da Bolívia no Brasil, Wilfredo Rojo Parada, avaliou a reunião como produtiva e muito prática em relação à evolução das tratativas com o Governo mato-grossense. Ele citou ainda negociações em relação à internacionalização do Aeroporto Marechal Rondon e a revalidação de diplomas de estudantes de Medicina brasileiros que estudam no país vizinho.
“A Bolívia está sempre disposta a estreitar laços com Mato Grosso, há uma antiga relação de amizade e, além disso, o Estado é uma potência em agronegócio e temos que desenvolver negócios. Há muitos desafios para superarmos, mas acreditamos que os resultados serão positivos”, disse.
O Executivo estadual observou que também "participaram da reunião os deputados estaduais Eduardo Botelho, presidente da Assembleia Legislativa, e Faissal Jorge - além do presidente da MT Gás, Rafael Reis, o presidente da Famato, Normando Corral, o diretor da Fiemt, Rafael Masson, o presidente da Associação Pró-Hidrovia, Reck Junior e demais representantes da comitiva boliviana".
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