• Cuiabá, 11 de Setembro - 2025 00:00:00

Especialista aposta na recuperação econômica no pós-pandemia


Da Redação

Apesar de apontamentos sobre os reflexos extremamente negativos na economia diante do cenário do coronavírus, especialistas remetem a um caminho de recuperação. "O Brasil entrou na pandemia com uma boa base econômica e irá sair diferente de outros países: enquanto o mundo estava desacelerando, o país estava crescendo". É o que destacou Gilmar Melo Mendes, professor associado da Fundação Dom Cabral (FDC) – empresa associada do Grupo Valure em Mato Grosso –, nesta semana, durante bate-papo em live com empresários do Estado.

Doutor em Economia e Administração de Empresas, Mendes destacou que o Brasil tinha passado por importantes mudanças antes da pandemia, o que o ajudará em sua recuperação econômica.

"Alcançar um PIB acima de 3% no Brasil em 2021 é possível. Quando entramos na pandemia, a reforma da previdência já tinha saído. E o caminho para sair da crise é justamente as reformas e as regulações. As medidas que o país tomou foram elogiadas pelo FMI. É hora de diferenciarmos ruídos e sinais. Olhar para o lugar certo, ter interpretação sistêmica, estabilizar a informação e compartilhá-la – e ela precisa ser tempestiva para resultar em ações eficazes". 

Mendes acredita que o Brasil sairá da crise com equilíbrio fiscal. "Precisamos avançar com as reformas para potencializar o equilíbrio fiscal e os investimentos externos – e temos bons projetos. Aliás, aprovar regulações para setores como saneamento, energia, estradas e portos contribuirá para destravar os investimentos no país. É uma grande oportunidade que temos. Alcançar resultados primários adequados, na saída da crise, será um bom sinal para os investidores", disse.

Segundo ele, o próprio governo sabe que as empresas não irão sair desse período sem dívidas. "Então, ele pode criar condições para empréstimos com juros mais baixos e taxas mais longas – isso permitirá que as empresas invistam. Mas, cabe aos setores (não ao governo) observar o ponto de equilíbrio. Avaliar se é melhor, por exemplo, reabrir empresas depois e não agora. Ao alcançar o ponto de equilíbrio, o próximo passo é pagar as dívidas e começar a investir".

A transferência de recursos diretos para estados e municípios é outro sinal a ser observado, disse Mendes. Alerta que em alguns estados, diferentemente de Mato Grosso, há um problema na fluidez de crédito. "Uma coisa é você fazer com seu dinheiro, outra é com dinheiro público. Precisa de mais tempo para os trâmites legais. Claro que isso pode ser acelerado. Há também a possibilidade de garantias das concessões de créditos com recursos fiscais, que já foi usado para outros países e é mais do que justo utilizar por nós".

O professor da FDC aconselha os empresários a seguirem observando de perto o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). "As medidas estão saindo. A Caixa Econômica Federal, por exemplo, é a que mais responde a isso com rapidez. Há ainda a possibilidade da aprovação da entrada do Banco Central na operação para compra de carteira de créditos e títulos. Investimentos do governo podem não mudar o PIB, mas mudam a taxa de emprego", explica.

Prejuízos

Pesquisador da FDC na área de Estratégia e Finanças, Mendes assinalou que o mundo já começou a quantificar o prejuízo da pandemia desde quando tudo começou. "Um terço seria o impacto de fora (envolvendo trades e cadeias globais de suprimentos) e dois terços seriam da economia interna. Por sua vez, o Brasil não registrou o um terço derivado do impacto externo. Tivemos uma queda de 30% em exportações para os Estados Unidos e, também, para a Argentina. No entanto, recuperamos com a China. Além disso, o agronegócio com a super safra e o dólar contribuíram para as exportações".

 

Com Assessoria




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