Fábio de Oliveira
Movimentando anualmente mais de 10% de toda riqueza gerada no mundo, o Turismo é atualmente uma das formas mais promissoras para a geração de emprego e renda. Só para se ter uma ideia, a atividade turística gera 1 de cada 5 empregos no mundo e o setor cresce a índices superiores aos serviços financeiros, construção e agricultura. Com recursos naturais inigualáveis em comparação a qualquer outro país, o Brasil precisa imediatamente avançar para criar condições que atraiam cada vez mais visitantes.
Falando de Mato Grosso, contamos com uma localização invejável. Temos, em nossas terras, três biomas diferentes, a Amazônia, o Cerrado e o Pantanal, um ecossistema único no mundo, repleto de belezas que o tornaram patrimônio da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Enquanto pessoas de toda parte do planeta sonham com uma viagem para conhecer o Pantanal, as cidades que estão localizadas neste bioma sofrem com a falta de recursos e oportunidades. Há, neste ponto, um encontro claro entre a demanda existente, que são os visitantes, e a oferta de uma experiência única. Isso, por si só, deveria ser um motivo mais do que suficiente para que o poder público investisse na região.
A falta de um trabalho sério, sustentável e eficiente faz com que uma região tão riquíssima, cuja beleza precisa e pode ser explorada sem nenhum dano ao meio ambiente, acabe esquecida, até mesmo para quem nasceu no Brasil. Dados recentes do Ministério do Turismo apontam que apenas 4% dos brasileiros que pretendem viajar pelo país pensam no Centro-Oeste, onde se localiza o nosso Pantanal, como opção.
E mais do que lamentar, o resultado da pesquisa mostra o tamanho do descuido do Poder Público com a região. Um dos maiores símbolos deste descaso é a Rodovia Transpantaneira. Até o momento, a sonhada obra, que ligaria Poconé a Corumbá (MS), duas das principais cidades pantaneiras, não foi concluída.
Este mesmo levantamento aponta que hoje 60 milhões de brasileiros viajam pelo País, mas ainda há mais 70 milhões de pessoas prontas a começarem com suas viagens. Se houvesse uma boa infraestrutura, quantos recursos estes turistas injetariam na economia das cidades pantaneiras e, consequentemente, de Mato Grosso? Por enquanto ficaremos apenas imaginando.
É preciso que o Poder Público se empenhe mais do que tem feito. Não bastam estudos que demonstrem o potencial, não basta levantamentos que estimem os ganhos auferidos. É preciso ação e esta ação significa investir em infraestrutura e dar condições para que as pessoas que queiram viver do turismo possam fazer os seus investimentos, em melhores acomodações, qualificação de funcionários e divulgação. Só assim teremos condições de trazer para nós o desenvolvimento almejado.
Fábio de Oliveira é advogado, contador e mestre em Ciências Contábeis.


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