Onofre Ribeiro
Esta questão é muito mais do que uma pergunta no título de um artigo de opinião. É inevitável compreender que o mundo está mudando nas suas conformidades do poder. Começa na família, passa pela escola, avança na política e alcança o mundo empresarial. Antes quem ocupava posição de liderança tinha a prerrogativa do mando e do comando. Hoje, a prerrogativa mais forte é a das escolhas. A forma de liderar muito completamente. Liderar não é mais comandar. É compartilhar.
Vamos aos fatos. Até a década de 1980 dizia-se que o líder era um ser especial que nascia com o dom de comandar. Com a chegada da internet e a nova complexidade da gestão, o líder passou a ser aquele que lidava bem com as equipes. Porém, mais recentemente, o líder é alguém que consegue interagir em grupo. Pior: sem mando ou comando.
Aqui trago o tema pra política, pra gestão pública e pras empresas.
Decisões de cúpula tomadas sob a exclusiva luz da razão ou, no caso da política e da gestão pública, ambas muito atrasadas, não dão resultados. Na ponta quem trabalha as decisões não compreende ou não se engaja porque esteve ausente na realidade das escolhas adotadas.
Dia desses vi um grande evento empresarial. Cúpulas empresariais e informações de excelente qualidade sendo expostas e discutidas com os líderes empresariais. Dali, certamente, seriam distribuídas na pirâmide da execução para profissionais subordinados. É o sistema representativo onde a cúpula trabalha com a hierarquia vinda do alto pra base esparramada em muitos colaboradores-executivos das ações finais.
Na política e na gestão pública é muito pior. A gestão toma decisões completamente distantes da realidade das bases. O resultado é um só: indiferença de quem deve executar as ações finais. Ineficiência é o que se vê!
Volto à questão central. Todas as informações devem ser compartilhadas com as áreas de execução empresarial e no caso da política, discutidas pra serem distribuídas. Todas as lideranças baseadas no mando e no comando, em todos os setores da vida humana, estão fadadas à ineficiência dos resultados.
Liderar significa hoje saber compartilhar. Numa sociedade fragmentada como a atual e cada vez mais se fragmentando, grandes decisões só surtirão efeitos se também forem fragmentadas. Explico: aquele grande evento deve ser fragmentado em vários até construir um raciocínio compartilhado. Pode parecer trabalhoso. É mesmo! Mas não tem outro caminho. A sociedade vai se fragmentar cada vez mais até o máximo empoderamento do individuo. Logo o coletivo só fará sentido se for compartilhado a partir do indivíduo!
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
onofreribeiro@onofreribeorio.com.br www.onofreribeiro.com.br


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