João Edisom
A tragédia que se abateu em uma escola em Suzano (SP) e o atentado às mesquitas na Nova Zelândia fizeram com que a semana terminasse sob o velho debate do desarmamento. Este texto não tem a pretensão de entrar neste debate, até porque acredito que este tipo de tragédia não tem nada a ver com armas.O debate neste caso seriaporque pessoas sentem atração pelo protagonismo da tragédia.
Na história da humanidade a quantidade de atentados e massacres registrados são enormes, inclusive em períodos que sequer existia a manipulação da pólvora. O registro é riquíssimo tanto dentro da história cristã quanto dos registros pagãos.Discutir leis de armamento neste caso é desviar e deixar de tratar com seriedade o assunto.
Em Nataruk, perto do Lago Turkana, no Quênia, a equipe da antropóloga Marta MirazonLahr desenterrou 12 esqueletos, mais ou menos intactos, dez dos quaistinham marcasde morte violenta, comprovando a existência de um massacre em massa. Este fato teria ocorrido há pelo menos dez mil anos.
Na bíbliaencontramos farto material onde o homem protagoniza a maldade, dentre os mais comuns e mais antigos está o fato de Caim ter matado Abel(Gênesis 4:3, 4) ou mesmo dos filhos de Jacob, retratado na historia de José do Egito, onde seus irmãos antes de vende-lo tiveram a ideia de mata-lo, só não o fizeram diante do lucro eminente com a venda.
Recentemente,aqui mesmo no Brasil, mais precisamente em Jarnaúba(MG), o vigia Damião Soares, usando como arma combustível (gasolina), ateou fogo em uma creche cheia de criancinhas. Poderíamos citar casos de atentado trágicos de envenenamento de comida e/ou água, somados a outros tantos instrumentos diferentes da arma de fogo.
Logo podemos concluir que o que mata não é a arma, seja ela de fogo ou não, e sim a predisposição em causar tragédias de alto impacto. Os estudos mostram que quase sempre são nascidasem um coração cheio de ódio somado ao egoísmo em não suportar a existência de alguém ou de um pensamento diferente do seu.Soma-se isso a outros fatores que vão desde doenças mentais, ambições exageradas ou pelo simples fato de se vingarem de algo ou do próprio mundo.
Com isso não estou anulando a discussão sobre as armas.Ela deve existir sim! Até porque segurança é obrigação do Estado e não do indivíduo. Portanto, armas não matam!O que mata é o ódio ou desprezo que certas pessoas ou grupos sentem pelos demais. O que mata é o prazerde destruir, é a atração que sentem pelo impacto da tragédia. O que mata é o protagonismo ou necessidadeegocêntrica de destruir tudo aquilo que não lhes parece bom. Nestes casos, o que menos importa é o tipo de arma.
Com isto afirmo que são dois assuntos diferentes e devem ser trado e forma diferente, mas não custa lembrar também que uma boa politica educacional, justiça honesta e equilíbrio nas políticas sociais são amenizadores de problemas, inclusive para doentes psicopatas e extremistas radicais.Não acaba, mas diminui significativamente.
João Edisom é Analista Político, Professor Universitário em Mato Grosso.
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