Da Redação
Ex-secretário de Estado de Educação, Permínio Pinto, reafirmou que o empresário Alan Malouf foi o idealizador do esquema montado na Pasta, em 2015 – gestão Pedro Taques, para supostamente pagar dívidas da campanha 2014. Destacou ainda, em reinterrogatório nesta sexta-feira (15), junto à 7ª Vara Criminal de Cuiabá, atos ilícitos praticados no início da administração do tucano sob domínio de Malouf, citando ter sido ele o coordenador financeiro da campanha de Taques.
Permínio, réu no processo e respondendo em liberdade, não informou fatos novos, frisando estar impedido nos termos do acordo de delação premiada homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Principais trechos da audiência pontuados por Permínio Pinto:
“O Gaeco de MT iniciou o processo denominado Operação Rêmora, cidadãos foram presos, fui detido e em seguida houve uma terceira fase, que o senhor Alan Malouf veio a ser preso. No período em que estive detido no Centro de Custódia de Cuiabá, depois de muita reflexão, conversas com a família,a já em 12 de setembro daquele ano, peticionamos o Gaeco para iniciarmos o processo de colaboração.”
“Durante esse processo, as informações extrapolaram a alçada do Gaeco, e esse processo foi remetido ao MPF, porque haviam pessoas citadas com privilégio de foro, e o MPF assumiu as tratativas e nós, em 15 de dezembro de 2017, o ministro Marco Aurélio homologou acordo delação.”
“Não posso aqui me aprofundar, em risco de ter acordo interrompido, pelo sigilo no STF. Reafirmo em dizer que continuo a disposição da Justiça para que fatos sejam esclarecido, e que todos os responsáveis assumam seus atos, assim como já o fiz, e reafirmo o que já foi dito naquele primeiro momento.”
“Passadas as eleições 2014, fui designado pela direção estadual do PSDB para participar da coordenação de transição do governo. Lá fui designado a compor coordenação de educação. Ao final dos relatórios feitos por diversos profissionais, e o então governador eleito e demais coordenadores, a professora titular da pasta me designou a fazer a apresentação. Acabei me credenciando a ocupar o cargo de gestor da Educação. Quando foi 11 de dezembro, isso aconteceu oficialmente, o anúncio para eu ocupar o cargo. Mas dois dias antes recebi a informação através de um amigo que eu seria o secretário. E se confirmando, recebi o telefonema de Ana Rosa, para ocupar as 16h a sede da transição para que governador anunciasse meu e de outros secretários.”
“Na semana seguinte recebi recado para fazer uma visita a Alan Maluf, e fui nos fundos Buffet Alan Maluf, e lá foi feita apresentação formal. Ele disse que tinha ótimas informações a meu respeito e que tinha participado da escolha de diversos secretários e da minha. E lá disse que ele e um grupo de empresários tinham colaborado diretamente com todo processo de campanha e ficou nisso.”
“Entre o Natal e o réveillon de 31 de dezembro, o governador eleito (Pedro Taques) ofereceu um jantar aos secretários anunciados e familiares, onde funciona a PGE. Fui com minha esposa e fomos recebidos pelo Alan, e nesse dia trocamos nossos telefones. A partir daí ele fazia contatos comigo, e num desses contados, ao final de janeiro, me convidou para um café, e nessa reunião, terceiro encontro, ele me passou algumas informações de que ele foi um colaborador direto e foi o principal coordenador financeiro. Aí não sei dizer se oficialmente. Ele me passou informações e não posso avançar, mas conta nos anexos da colaboração que cita nomes e valores.”
“E disse que precisava ter de volta esses recursos que ora tinham sido investidos por ele, por um grupo de pessoas. Disse também que houve série de dificuldades na composição do secretariado, com salários baixos. E que ele faria complementação para mim, R$ 20 mil, para com o que recebia, chegar a R$ 30 mil.”
“Na outra reunião, quando voltei ao escritório dele, que tudo que fosse feito, o nome dele e o meu seriam preservados, e me apresentou Giovane Guizardi, como sendo uma pessoa que poderia fazer a captação dos recursos ilícitos, para complementação dos salários e parte dos recursos cooptados pudesse fazer frente aos recursos já investidos na campanha.”
“Aí veio a minha decisão de permitir que tudo isso acontecesse. Aí ele disse que seria necessário designar uma pessoa de minha confiança, para passar informações ao Giovane. E passado para o diretor educacional, Fábio Frigeri. Fui eu que designei o Fábio nessa missão. O Fábio tinha missão importantíssima, ele era o responsável para fazer a verificação de planilha de todas as obras, e junto com a equipe dele, impedir sobrepreço. Isso se deve ao engenheiro Fábio Frigeri, e ele cumpriu rigorosamente.”
“No período de fevereiro ou março, e no final de 2015 e início de 2016, tive a perfeita dimensão do problema causado, tendo em visto a truculência que houve com o Giovani Guizardi com os prestadores de serviço. Busquei Alan Maluf para dizer que queria encerrar procedimentos. Função de pedir recursos sinistros. Intenção era cabar com ilicitudes que vinham acontecendo. Isso em janeiro de 2016 essas operações ilícitas se encerraram.”
“O objetivo era uma contribuição (dos empresários) para pagar a campanha.”
“Não tenho conhecimento de fraude em licitação.”
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