Da Redação - FocoCidade
Na “guerra” do poder que levou à Justiça a disputa em torno de uma vaga ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), o analista político João Edison pontua necessidade de revisão sobre o conjunto que envolve esse quadro, e principalmente, acerca do “paraíso na Terra” de ganhos projetados a um conselheiro do Tribunal.
“Tem que mudar a estrutura com esse pensamento, no sentido de que o grande problema que está lá são os altos valores que gira em torno de cada um que vai para lá. Isso que precisa ser discutido. Tem uma coisa que eu não entendo. Por que um membro do TCE recebe mais do que o secretário de Educação do Estado? Dá uma olhada o tamanho do trabalho e a quantidade de pessoas que um secretário de Educação cuida e tem um salário em torno de R$ 18 mil. Abaixe o salário para esse valor, ou para um valor inferior a esse que a gente resolve o problema. Acabou a guerra. Não vai ninguém entrar na Justiça para ir para lá”, pontua.
Na opinião de João Edison, “o problema é que lá se transformou num paraíso na Terra, que eu imagino que tem gente do céu querendo voltar para cá para ir ali (TCE). Quem entrar no TCE na estrutura que está, não precisa mais morrer, porque não precisa mais regenerar de nada. Lá ele recebe todos os benefícios possíveis que uma vida pode receber”.
Eu imagino que tem gente do céu querendo voltar para cá para ir ali (TCE).
Após ação interposta pelo Ministério Público Estadual, questionando a indicação da Assembleia Legislativa do deputado Guilherme Maluf (PSDB) – réu na esteira da Operação Rêmora, a Justiça determinou suspensão dos procedimentos – valendo também para o Executivo estadual (nomeação) e TCE em ato de posse.
Para o analista político, a discussão não deve resolver a essência da questão. “Essa ação na Justiça é mais uma instituição que entra na briga para não resolver o problema. Estão discutindo a cor da casca da doença. O grande problema do Tribunal de Contas é o paraíso que se transformou o TCE. O Tribunal de Contas tem que ter político e tem que ter técnico. Não pode ser só técnico. O técnico como tesoureiro, esse pessoal não tem muito coração. Relações humanas são diferentes disso, mas tem que ter o técnico para fazer a verificação da documentação, uma série de coisas, mas o julgamento tem que ser político. Quando falo político, não é necessariamente de alguém que tenha cargo político, mas que tenha conhecimento político”.
Revisão
“Então precisa se restabelecer o bom senso dessas instituições. Ao fazer uma briga para saber quem vai ou não vai, se ta processado ou não está processado, não vai alterar em nada, em absolutamente nada para a sociedade, que vai continuar tendo uma Ferrari para fazer corrida de táxi”.
Custo das estruturas
“Nós precisamos na realidade é rediscutir as estruturas dos Tribunais de Contas no Brasil, inclusive o Tribunal de Contas da União. Não pode ter um custo daqueles. Quando a gente olha para o orçamento, e olha qual atividade tem que fazer, a atividade é fundamental, fantástica, mas não vale o custo que existe. A gente vai continuar discutindo se é o Maluf, não o Maluf, se tem processo ou não tem processo, e isso não altera a conta que tem que pagar no final do mês.”
Correção na origem
“Estou vendo mais uma vez a Justiça brigando por superficialidade. E está brigando por quê? Porque quem está lá também não quer que o outro ocupe a vaga, porque ele quer aquele salário, aquela condição de trabalho, de um punhado de gente em volta bajulando. Ninguém está brigando para não deixar o Maluf lá pelos processos que ele tem, está brigando pelo dinheiro que se paga para cada pessoa que vai lá. Então está tudo errado. Precisa corrigir na origem.”
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