Eduardo Gomes
Não há observância plena ao princípio federativo. Essa realidade atinge Mato Grosso obrigando sua bancada no Congresso ao exercício do malabarismo em busca de recursos, convênios, programas, transferências e liberação de emendas. Assim, deputados e senadores se transformam na figura híbrida do parlamentar-executivo.
Ao longo da campanha ao governo, o senador Wellington Fagundes citava conquistas que levavam sua chancela. Seus adversários Pedro Taques e Mauro Mendes rebatiam e debochavam citando que parlamentar não executa obras. Equivocados, Taques e Mauro insistiam em desconsiderar a amplitude que Wellington dava às suas palavras.
Encerrado o pleito, o natural seria um descanso dos candidatos. No começo da madrugada da segunda-feira, 8, recebi uma mensagem de Wellington dizendo, entre outras coisas, que iria a Brasília, pela manhã, para lutar por Cuiabá. À tarde, sua assessoria distribuiu nota com foto sobre a liberação de R$ 30 milhões para a conclusão do hospital e pronto-socorro da capital e R$ 70 milhões para equipá-lo.
A foto com o documento da liberação mostra Wellington, o ministro da Agricultura e senador licenciado Blairo Maggi e o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Jocelino Francisco de Menezes. É justo observar que Blairo teve atuação importante nessa conquista.
Um dia após a apuração Wellington atuava em Brasília, sem ressentimento pelo resultado que elegeu Mauro. Esse fato reforça o discurso sobre as conquistas que citava. A razão estava com ele.
Entendo que o modelo político desvirtua em parte o papel parlamentar. Essa distorção, mais dia menos dia, será corrigida pela modernização do Estado, mas até lá Mato Grosso precisará muito da habilidade da bancada ora renovada, que deveria atuar se espelhando em Wellington.
Acredito que nem todos os políticos ao saírem das eleições com resultado adverso se sentiriam inspirados à retomada imediata de sua atuação na esfera pública, a exemplo do que faz Wellington. Vejo grandeza nesse gesto. Acompanho sua trajetória, sempre marcada pela dedicação e serviço. Avalio que seu desempenho nas urnas seria muito melhor se lideranças municipais – prefeitos, vices e vereadores incluindo ex-ocupantes desses cargos – tivessem conversado com sua população sobre as virtudes do nosso senador, que nem sempre chegam ao conhecimento coletivo.
A eleição de 2018 para o Palácio Paiaguás é página da história. A realidade no futuro será o importante hospital e pronto-socorro que Cuiabá ganha como antecipado presente pelo seu tricentenário para sua gente e mato-grossenses de outros municípios.
Mirando a linha do horizonte, depois da curva do tempo, onde o coração se irmana à razão, vozes reconhecidas ao trabalho de Wellington e mãos estendidas a ele não faltarão. É a vida com o poder de julgamento dado pela democracia ao cidadão, que ao errar no hoje aprende lição para melhor veredito no amanhã.
Eduardo Gomes de Andrade é jornalista
eduardogomes.ega@gmail.com


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