João Edison
Vivemos dias de extrema intolerância com tudo aquilo que não atende minhas vontades. As redes sociais facilitam a vociferação do ódio ao vento. Será que esse eu primitivo, tribalista, excludente, egoísta e imperativo levará a humanidade à extinção?
A facilitação das comunicações dos últimos vinte anos, celular, internet, aplicativos, redes de comunicação e interação, nos levou para lugares e contatos até então inimagináveis. Junto com ela deu ressonância a um conjunto de preconceitos e intolerância que era restrito ao seio familiar, a comunidade ou mesmo a lugares específicos, agora tudo é ampliado ao mundo.
Um destes exemplos é o ódio ao cabelo ou as quedas teatrais do Neymar. O cabelo é dele, os tombos são dele. Isso muda minha vida em que? Este é o mesmo ódio exalado contra LGBTS, negros, mulheres, índios, vizinhos, migrantes, exilados, refugiados, minorias em geral.
Odiamos o sucesso dos outros, o salário que ganham, a vida que levam ou odiamos a nós mesmos? Estamos odiando pessoas por serem diferentes ou por pensarem diferente da gente. Pergunto: conseguiríamos viver em uma sociedade onde todas as pessoas pensam igual e desejam as mesmas coisas?
O que seria do belo sem o feio, sem o ridículo? Monotonia conservadora, nos levaria aonde? Por isso temo o fim da humanidade. As eleições de 2018 no Brasil prometem acirrar ainda mais este comportamento por estas terras tupiniquins.
Este comportamento odioso na América Latina iniciou pelas torcidas de futebol, onde as pessoas passaram a odiar quem torce por um time diferente do seu. Agora está muito evidente no comportamento do eleitor. Temo que chegar ao comportamento religioso.
Quem não gosta do Lula está odiando não o Lula, mas as pessoas que tendem a votar nele. As pessoas que não gostam do Bolsonaro não estão odiando o Bolsonaro, estão odiando as pessoas que irão votar no Bolsonaro. Isso é normal?
Para salvar o Brasil e a humanidade estamos precisando um pouco das orações de São Francisco em nossos corações!
Senhor, fazei de mim um instrumento da Vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor.
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia, que eu leve a união.
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé.
Onde houver erro, que eu leve a verdade.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ou é isso ou é o fim! Que possamos construir dias melhores.
João Edison é Analista Político, Professor Universitário em Mato Grosso.


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