Onofre Ribeiro
Acrescentaria Mato Grosso no título deste artigo.
O jornal Folha de São Paulo publicou nesta terça-feira um longa e interessante matéria sobre as pretensões da China em relação ao Brasil. Disse que a China tem grande interesse em estabelecer parcerias estratégicas com o Brasil mediante, principalmente, grandes investimentos em infraestrutura de rodovias, ferrovias, portos, hidrovias, aeroportos, agroindústrias e tecnologias.
A China tem hoje 1,4 bilhão de habitantes em processo de rápida urbanização, melhorando a renda e comendo mais. Logo, precisará de crescentes quantidades de comida. E sabe onde está o potencial de resolver este problema: o Brasil. Mas na sua ignorância histórica e na sua irresponsabilidade como nação, o Brasil não percebe isso. As suas lideranças políticas e empresariais olham na maior parte do tempo pro Estado, na esperança de tirar de lá mais um pouquinho do suor do povo que efetivamente trabalha. Por sua vez, o Estado é um parasita infestado de corporativismos de poderes, de cabide de empregos ineficientes e de corrupção desenfreada.
O que a China vê no Brasil? Um país continental, com imensas áreas agricultáveis, com enorme capacidade de diversificar tudo isso, com potencial de água, de oxigênio, de recursos minerais e naturais. Mas não tem governo! Isso é ótimo pra China impor condições. Há 5 mil anos como mercadores no mundo, desde antes da histórica rota da seda, os chineses sabem ser predadores e impor as suas condições ao seu modo.
O projeto “Nova Era”, proposto no começo deste ano pelo presidente eleito lá, Ji Xin Ping, fala no crescimento econômico e social, com aumento de renda. E fala também na melhoria crescente da qualidade de vida dos seus 1,4 bilhão de habitantes. Pra ter tantos recursos naturais à disposição de uma indústria cada vez mais sofisticada, a China precisa investir pra ter parcerias. Mas ela investe diretamente, com sua gente, suas máquinas e os seus recursos financeiros. Mais: não envolve governos.
Na prática a China sonha com algo parecido a uma colonização de uma nação que não reconhece a si mesma como nação. E, óbvio, não valoriza o seu capital natural.
Li a matéria mais de uma vez e concluí amargamente: a China vai nos colonizar! Uma questão de pouco tempo. E Mato Grosso está na rota dos seus investimentos em logística e infraestrutura. E as estruturas oficiais do governo estadual, mal e mal sabem pra que direção fica a China. Imagine desenvolver projetos em paralelo. Colonização à vista aqui também.
Voltarei ao assunto.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso.


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