Onofre Ribeiro
As eleições vinham mornas. Articulações fraquinhas. A desistência do senador Blairo Maggi, no mês de março, de candidatar-se à reeleição deu a arrancada. Estavam todos os postulantes à espera da sua orientação. De repente o processo ganhou pressa. De um lado pra ocupar o espaço de Blairo como candidato e como líder político. Mas, principalmente porque se viu que Blairo Maggi era a grande liderança política no estado. À altura ou maior do que o governador Pedro Taques naquele momento.
O tabuleiro imediatamente após a desistência bagunçou todo. Pedro Taques se viu candidato sozinho à reeleição no primeiro instante. Mas o que ninguém previa é que o grupo que elegeu o governador não fosse tão sólido quanto foi e m 2014. Aos poucos parte do grupo afastou-se do governador. Separado começou a tentar construir caminhos.
No correr desta semana esses pequenos grupos se reuniram num almoço onde o prato foi bacalhau. Lá estavam todos os cardeais dos partidos dissidentes do governador. Do governador, não do PSDB. Carlos Fávaro, Mauro Mendes, Zeca Viana, Otaviano Piveta, Júlio Campos e Fábio Garcia, entre outros que representam uma tentativa de frente política nova em oposição ao governador Pedro Taques.
A reunião, a princípio quis tirar um nome pra ser o candidato a governador. Depois percebeu que havia pelo menos três nomes: Otaviano Piveta, Carlos Fávaro, e Mauro Mendes. Os dois primeiros completamente desimpedidos de obstáculos. O que pareceu perfeitamente certo foi que desse grupo sairão candidatos aos cargos majoritários de governador e de senador com grandes chances. É um grupo de grande consistência. O senador Welinton Fagundes é uma candidatura posta a governador, mas tem chances de se agrupar junto com aqueles do almoço, formando uma frente com candidatura única.
De outro lado o governador Pedro Taques cuja candidatura é quase 100 por cento certa. Os desgastes políticos poderiam, eventualmente, fazê-lo mudar de ideia. Muito difícil!
Desse modo, parece muito claro à luz do que está acontecendo neste instante, que serão dois os candidatos a governador: Pedro Taques e outro entre aqueles citados. Mas na prática há outra leitura fora da eleitoral. Depois do surgimento de Blairo Maggi na politica de Mato Grosso em 2002, parece possível a aglutinação de um grupo muito poderoso que inclui um senador com mandato, quatro ex-prefeitos, vice-governador, deputados federais, ex-governadores e ex-senadores. É um grupo com forte cultura política.
De repente surge uma via política nova em Mato Grosso capaz de confrontar o governador Pedro Taques além de criar caminhos novos para uma futura política mais abrangente e duradoura.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso


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