Onofre Ribeiro
Sob dúvidas gerais, o ministro da Agricultura Blairo Maggi confirmou nesta segunda-feira as notícias de que se afastaria do pleito de 2018 e não concorreria à reeleição como senador. Confirmou numa longa entrevista onde respondeu a todas as perguntas e se permitiu momentos de emoção.
Vou escrever 3 artigos a respeito de sua decisão. Este, outro sobre a sua história na política e o terceiro, sobre as consequências do seu afastamento para as eleições de 2018 em Mato Grosso.
Na entrevista Blairo priorizou como razões para a sua desistência razões de ordem pessoal. Cansaço, família, algumas frustrações, saúde, negócio, a empresa. Quem o conhece sabe que ele é muito pragmático. Avalia muito as questões antes de decidir. Fiquei sabendo que ele vem amadurecendo a decisão há algum tempo. Entre as razões estão a recente gravidez da filha Beliza, a doença recente da esposa Terezinha, a ausência em relação aos filhos e netos. De fato, conheço-o bem e sei do seu apreço pela família. Seria, então, uma razão consistente, ao lado das outras.
Outras razões estão ligadas aos negócios familiares que cresceram muito e sempre são afetados quando aparecem denúncias ou citações negativas. Uma das razões seria a pressão familiar nesse sentido: sai ou fica nos negócios. Nesse caso, ficar parece muito adequado ao filho do fundador do Grupo Amaggi, o patriarca André Maggi. Gastos milionários com advogados em sua defesa também constam na tomada da decisão.
Sobre frustrações em relação aos aliados, amigos e parceiros políticos ele negou. Mas sabe-se que está muito magoado com denúncias e delações. Acabou se envolvendo em relações que tomaram rumos inesperados, como as acusações do antigo parceiro e vice-governador Silval Barbosa. Ou do deputado estadual José Riva, que teve relação muito próxima com o seu governo, entre outras.
Admitiu que teve enorme prazer com as realizações de seus dois governos entre 2003 e 2010. Mas não pôde resolver tudo como gostaria. Nesse ponto Blairo Maggi engasgou. Todas as vezes em que citou referências anteriores de sua vida, demonstrou emoção. Na verdade ele é emotivo, embora adote uma aparência de firmeza. Quando ex-deputado estadual José Arimatéia falou da perda que representa a sua ausência na política estadual, como o principal líder, mais uma vez Blairo se emocionou. Tem razão. A construção de uma liderança política desse porte leva muitos anos. No caso de Blairo foram 18 anos, a partir de 2002.
Perguntei-lhe se indicaria alguém em especial para ocupar o seu espaço político. Ele respondeu que não. Mas disse que se abriria uma avenida de oportunidades. Porém, talvez a frase mais significativa ouvi do ex-assessor de sue governo, José Pagot: “é o fim de uma era”. A conhecida “era da turma da botina”, que substituiu a velha política mato-grossense em 2002. Baltazar Ulrich, outro amigo da primeira hora de Blairo garantiu-me que ele não está sofrendo com a decisão. “Demorou pra amadurecer, agora está tranquilo”. O amigo da primeira hora, Adilton Sachetti também acha: “Blairo está tranquilo”. Continua amanhã.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
onofreribeiro@onofreribeiro.com.br www.onofreribeiro.com.br


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