João Edison
As mentiras, falsidades e deslealdades já vem com prazo de validade vencido. Acontece que quando a verdade vem a tona o tempo não volta e o estrago é irreparável. A comunicação de convencimento deveria servir apenas para apresentar as qualidades daquilo que se pretende fazer ou vender. Mas em tempos de redes sociais e comunicação direta massificada, nossos defeitos de caráter se tonaram mais evidentes e maléficos.
O embate comercial e o embate político dizem muito sobre a ética e o comportamento moral de uma sociedade. Uma coisa é você focar nas qualidades daquilo que tem e promover seu produto através do diferencial e dos valores agregados, outra coisa é você focar no concorrente somente com o objetivo de depreciá-lo e tentar fazê-lo ser inferior a você ou ao seu produto.
Temos casos que a vontade de diminuir o outro é tanta que o argumento, ou a publicidade, sequer mostra o quê ou quem está para ser mostrado e projeta todos os argumentos na concorrência de forma depreciativa e até desonesta, quando não caluniosa, como forma de eliminar as opções, quando o correto seria engrandecer seu produto para além do que a concorrência oferece e eticamente até evitando cita-la ou mesmo comparar.
O mais triste é que presenciamos com recorrência nas escolas e nas faculdades. São fatores constantes em tempos de matriculas, principalmente nas escolas particulares, e até nos vestibulares das faculdades. É o tal “não é que o meu é melhor, é que eu faço com que o concorrente seja pior” ... Será?
Este ano teremos eleições em diversos níveis. Agora, vamos raciocinar: se as escolas e as faculdades que, em tese, deveriam ser as guardiãs da ética e da moral social, em um número significativo, não fazem isso na hora de captarem alunos, como a sociedade vai melhorar?
Quanto vale a vitória e o mandato? Para ser eleito vale depreciar o adversário? Pode mentir? Pode prometer qualquer coisa, mesmo que não cumpra após eleito? Em tempos de whatsapp as possibilidade de difamar são infinitamente maiores. Mas qual a vantagem?
A descrença nas pessoas e em suas informações já não são as melhores, com estas distorções éticas ficarão ainda piores. Pessoas de bem em geral terão que ter cuidado triplicado em repassar informações via rede social neste ano, pois corremos o risco de estarmos cometendo um atentado contra nós mesmos.
As ações políticas de campanha ou não são consequências do que a sociedade pratica. Então precisamos primeiro corrigir, fora da sala de aula, respeito e verdade sobre os concorrentes para depois termos moral para falar sobre o assunto dentro dela e dai para as casas e para as ruas. Quando isso acontecer a política será melhor, o Brasil será melhor.
João Edison é Analista Político, Professor Universitário em Mato Grosso.
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