Líder da bancada do PSDB na Câmara Federal a partir de fevereiro de 2018, o deputado Nilson Leitão pode reavivar os debates no partido em Mato Grosso acerca da posição do governador Pedro Taques em relação à agremiação. "Eu nunca pedi para ele (Taques) sair. Então no partido ele deve dizer se vai sair ou ficar", disse Leitão pontuando que colocará o assunto em discussão na sigla.
Na interpretação de Leitão, ainda não está clara a decisão do governador sobre permanecer nos quadros do PSDB. Na prática, essa foi a impressão deixada pelo chefe do Executivo estadual após convenção da legenda, na semana passada, em Brasília, em que passou a fazer parte da Executiva Nacional como vogal.
No Estado, o mal-estar entre os dois líderes é tratado pela cúpula tucana como "algo passageiro". A torcida e trabalhos constantes nos bastidores tem sido no sentido de apaziguar os ânimos, antes exaltados, e que agora parecem estar atenuados mas não totalmente sanados.
Leitão tem a seu favor nas ações eleitorais o acúmulo de títulos. Foi eleito recentemente a personalidade política do ano pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA). É presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária e agora vai somar a liderança na Câmara Federal.
São fortes componentes e que impulsionados à atuação em Mato Grosso na esteira de seis anos de comando do PSDB, devem se tornar mola propulsora para seu projeto no pleito geral de disputar o Senado.
Esse é um ponto aflorado na legenda, devendo passar necessariamente por debates internos, que soam como desafio para o presidente estadual, Paulo Borges. O governador busca a reeleição, e a manutenção do nome de Leitão em chapa majoritária somado aos planos de Taques remete a uma conta que não fecha em razão da composição 2018.
Eventual saída de Taques do partido causaria, na opinião de analistas políticos, perdas para os dois lados: projeto de reeleição do chefe do Executivo estadual e à agremiação. A tônica do imbróglio entre Leitão e o governador se deu justamente na concepção do desenho ao pleito, sendo considerado anteriormente inclusive a disputa de Taques ao Senado, tese que segundo fonte, foi imediatamente rechaçada por ele.
Alguns membros da cúpula chegaram a interpretar essa sugestão como “deslealdade”. Quem defendeu, aponta o contexto de “avaliação” sobre as nuances que poderiam atingir o Palácio Paiaguás, sendo esse projeto posto apenas como “Plano B”. E diante disso, o governador chegou a pensar sua desfiliação do PSDB, sendo cortejado por vários partidos como o PPS.
O presidente Paulo Borges tem agora a missão árdua de resolver os ruídos no PSDB para garantir consenso e unidade com vistas às eleições 2018.


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