Onofre Ribeiro
Na última sexta-feira participei como palestrante num evento do Sicredi em torno desse mesmo assunto e do planejamento estratégico da corporação. No sábado participei como mediador num debate da Unimed a respeito do mesmo tema. E no mesmo sábado a Universidade Estadual de Mato Grosso também esteve reunida em Cuiabá pra tratar desse mesmo assunto. Isso revela que a percepção dessas instituições caminha na direção de compreender que não será mais possível qualquer relação empresarial ou pública que não esteja pautada na transparência.
Depois dos escândalos levantados a partir da Operação Lava Jato, alguns termos tomaram conta dos mundos corporativos públicos e privados. Antes não se fala em compliance, muito menos em integridade e transparência. Agora está se tornando condição obrigatória nas relações das empresas entre si e nas relações com o governo.
Possivelmente a integridade venha a contribuir poderosamente pra matar a política corrupta brasileira. Construída à margem da sociedade a política tornou-se um consumidor do dinheiro público pra construir impérios de poder empresarial e político. Na medida em que a cidadania brasileira inicia um lento processo de amadurecimento, não cabe mais ser enganada da maneira como é enganada por partidos políticos, por dirigentes partidários, por parlamentares, por corporações políticas e pelo exercício público de gestão.
A preocupação no Sicredi e na Unimed é bem clara: manter as instituições sustentáveis por longo tempo. Os dirigentes, João Spenthof do Sicredi e Rubem Carlos da Unimed, sabem perfeitamente que sem uma política sustentável de transparência e integridade, as corporações não sobreviverão. E na medida em que elas mantiverem a política de compliance mudarão condutas nos órgãos públicos onde a corrupção ou a falta de regras de transparência ainda vigoram.
Daqui pra frente, seja no campo individual, seja no campo corporativo, a sustentabilidade sai do seu conceito ambiental inicial para outro mais rígido. O da ética. Sem planejamento, sem compliance e sem transparência qualquer corporação não resistirá à pressão dos tempos tecnológicos de controle e aos desejos éticos da sociedade.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso


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