O clima “esquentou” entre o secretário chefe da Casa Civil, Max Russi e o presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), Neurilan Fraga (PSD), nesta sexta-feira (10), em encontro na sede da entidade que debate a crise na gestão pública e busca meios de assegurar mais recursos às prefeituras. Em meio às reivindicações, Russi acusou Neurilan de usar o pleito municipalista e questões como defesa de impeachment do governador Pedro Taques (PSDB) para promover seu projeto político rumo às Eleições 2018.
Depois de ouvir a extensa pauta municipalista pontuada por Neurilan, crivada de reclamações acerca do repasse de recursos aos municípios com ênfase na Saúde, Max Russi foi sucinto: o Governo reconhece as pendências, está centrado em esforços junto à bancada federal para conseguir recursos devidos do Governo Federal a Mato Grosso, mas se não entrar verba da União, não há mecanismo para resolver todas as pendências.
Diante da exposição de Max, o presidente da AMM criticou a postura do Executivo para com os municípios, asseverando que a arrecadação nos cofres do Estado vem ocorrendo de forma linear, e que o mesmo não ocorre em relação aos repasses.
Nessa tônica, Neurilan lembrou a discussão entre prefeitos sobre a possibilidade de pedir o impeachment do governador, devendo ser definida nesta tarde.
Diante do assunto, o secretário chefe da Casa Civil não se conteve em saiu em defesa de Taques, afirmando que o interesse de Neurilan está no projeto 2018, quando deverá disputar cadeira na Câmara Federal.
“Eu não vou polemizar a reunião. Você é candidato a deputado federal. Se for para polemizar, vou me retirar”, disse em alto e bom som Max Russi para uma plateia de aproximadamente 65 prefeitos. O secretário voltou a frisar a posição de abertura do Executivo para resolução dos problemas dos municípios, dentro das possibilidades reais e considerando o extremo aperto de cinto.
Neurilan respondeu não ser dele a defesa do impeachment e sim um tema levantado por gestores dos municípios insatisfeitos com o tratamento dispensado pelo Governo. Ele também criticou a postura da Assembleia Legislativa e do Tribunal de Contas do Estado (TCE) pela omissão na fiscalização dos recursos destinados aos municípios.
No bate-rebate, o mal-estar foi atenuado com uma “brincadeira” do presidente da AMM se dirigindo ao secretário chefe da Casa Civil: “eu entendo você (Max Russi), pela sua posição (de estar no Governo sendo deputado licenciado). Lá no fundo você também concorda”.
Russi preferiu dar a tônica do “já passou”, mas acentuou que o Executivo nesse momento depende de recursos do Governo Federal para sanar, por exemplo, a dívida com a Saúde vinculada à emenda da bancada federal de aproximadamente R$ 100 milhões.
Em tempo, o enfrentamento com o Governo deve continuar, levando com consideração as movimentações políticas para construção da plataforma no próximo pleito.
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