Da Redação - FocoCidade
Representantes de oito municípios participaram de uma manifestação pacífica na tarde desta terça-feira (03), em Sinop, visando sensibilizar o Governo do Estado quanto à situação da saúde pública na região Norte de Mato Grosso.
Na mobilização, com a participação de aproximadamente 300 pessoas, ficou acordado que, caso não seja efetuado o pagamento, na próxima quinta-feira (05), haverá novo bloqueio da BR-163.
Nesta semana, a Associação Mato-grossense de Municípios (AMM) acionou a Secretaria de Estado de Saúde na Justiça para receber recursos atrasados na Saúde.
Durante uma hora prefeitos, vereadores, entidades, servidores e população em geral fecharam a BR-163, no perímetro urbano de Sinop.
A manifestação é pela reabertura do Hospital Regional de Sinop, que suspendeu a capacidade de atendimentos há quase um mês. A Fundação Comunitária de Saúde, que administra a unidade, alega atrasos nos repasses realizados pela Secretaria de Estado de Saúde.
A mobilização começou na Praça da Bíblia e depois o grupo seguiu até o km 821 da BR-163, região do Alto da Gloria, em Sinop. O ato encerrou às 17h12. O protesto teve início às 16h20 e gerou um congestionamento na pista norte de 1,5 km e na pista sul de aproximadamente 2km. Às 17h47 o tráfego foi totalmente liberado, segundo informações da Rota do Oeste.
A prefeita de Sinop, Rosana Martinelli (PR), destacou que o objetivo não era chegar ao ponto de trancar a rodovia, porém, em diálogo com os deputados estaduais e federais que representam a região a informação era de que o repasse dos recursos seria feito na última sexta-feira (29), o que não ocorreu.
“Queremos de forma pacífica fazer esse protesto, porque não queríamos que isso acontecesse. Conversamos com nossos deputados, os estaduais Silvano Amaral, Dilmar Dal Bosco, Baiano Filho e o federal Nilson Leitão, por isso esperamos até sexta porque acreditamos que o Governo do Estado atenderia nossos deputados, mas isso não aconteceu. Vamos lutar incansavelmente até que o governo pague o que deve e compre medicamento para que o Hospital possa atender o povo”, pontuou a prefeita.
“Chegamos ao limite de ter que fazer isso, reunir todas as entidades do município em prol a uma das coisas mais importantes que temos que é a vida. Estamos no caos e temos que sensibilizar nossas autoridades e o Estado, para uma solução emergencial. A manifestação não para, ela tem que ser constante, não podemos pensar só no agora, porque o problema é crônico”, asseverou Marlon Pavanello, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Sinop (ACES), que junto com uma união com mais de 20 entidades tem auxiliado na manifestação.
De acordo com o presidente do Legislativo sinopense, vereador Ademir Bortoli (PMDB), o objetivo é ‘chamar a atenção’ do Governo do Estado. “Nós encabeçamos esse movimento nas Câmaras Municipais e a prefeita com as prefeituras da região, em um governo que está em descaso total com a população principalmente na área da saúde. Nós nos mobilizamos para que o governo realmente acorde”, afirmou Bortoli.
O vice-prefeito de Sinop, Gilson de Oliveira (PMDB), pontuou ainda que a administração municipal tem se empenhado para garantir o mínimo dos atendimentos, mas lembrou que a Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h) não possui estrutura hospitalar. “A prefeitura tem se sacrificado e está mais do que claro que o governo está sendo omisso e está deixando a população padecer por falta de gestão. Chegou ao extremo e a população de Sinop está coberta de razão de se juntar com as lideranças”.
Os vereadores de Sorriso, que também tem encabeçado o movimento, destacaram ainda a preocupação com o Hospital Regional do município vizinho a Sinop, que também teria repasses atrasados. “O Hospital de Sorriso vai fechar as portas também, porque não aguenta. São 14 municípios e vai acabar fechando as portas a qualquer momento, porque lá a dívida já é de quase R$ 10 milhões”, alegou o vereador Maurício Gomes.
Também participaram do ato servidores do Hospital Regional, o prefeito de União do Sul, os vereadores por Sinop Billy Dal Bosco (PR), professora Branca (PR), professor Hedvaldo Costa (PR), Maria José da Saúde (PMDB), Lindomar Guida (PMDB), Tonny Lennon (PMDB), Joacir Testa (PDT), Leonardo Visera (PP), Dilmair Calegaro (PSDB), Adenilson Rocha (PSDB) e Ícaro Severo (PSDB), os vereadores por Sorriso Bruno Delgado (PNB), Silvana Perin (PTB), Leandro Damiani (PSC), Maurício Gomes (PSB) e Marlon Zanela (PMDB). Além de representantes de Claudia, Santa Carmen, Feliz Natal e Matupá e mais de 20 entidades da sociedade civil organizada.
Hospital Regional de Sinop
Em Sinop, o Hospital Regional reduziu os atendimentos desde o dia 7 de setembro e a previsão é de que até a próxima quarta-feira (04) paralise totalmente as atividades, caso não seja feito o repasse de recursos pela Secretaria de Estado de Saúde.
Segundo o diretor financeiro da Fundação Social de Saúde, que administra o Hospital Regional de Sinop, Heller Chaves, o último repasse feito pela Secretaria de Estado de Saúde foi em referência ao mês de julho e as diferenças de valores são de aproximadamente R$ 18 milhões. “Porém todas as diferenças desde fevereiro de 2016 até agora não foram repassadas, uma hora alegam que não foi auditada ou falta documentos. Nesse período foram três secretários diferentes e as equipes mudam. Nós não podemos ser reféns da inoperância do estado”, asseverou o administrador.
Nessa segunda-feira (02) as mesmas lideranças estiveram reunidas com o promotor de Justiça Pompílio Paulo Azevedo Silva Neto, em Sinop, que afirmou estar adotando as medidas cabíveis. “O Ministério Público já vinha, na verdade, acompanhado essa situação da saúde no município de Sinop, especialmente a questão do Regional. Estamos instruindo e obviamente o Ministério Público não ficará inerte nem insensível, como nunca ficou”, afirmou o promotor. (Com assessoria)
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