Citado na delação “monstruosa” do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), o deputado Guilherme Maluf (PSDB) nega as acusações, coloca em dúvida os apontamentos do peemedebista e ainda assinala confiança de que o ex-gestor de Mato Grosso não conseguirá provar questões como o “mensalinho” na Assembleia Legislativa.
Em entrevista à Rádio Capital, ao jornalista Paulo Coelho, Maluf se defendeu das acusações contra ele, como em relação ao MT Saúde, plano de saúde dos servidores públicos. Segundo a delação, o deputado teria cobrado propina de R$ 4 milhões no quadro de pagamento de recursos a hospitais e unidades hospitalares, em suposto acordo firmado com o ex-governador.
“Essa questão é algo que de tempos em tempos vem a tona, se eu estaria recebendo benefícios de alguma forma como propina ou superfaturamento das contas do MT Saúde. Sou sócio de um grande hospital, e não faço parte da administração. O que tenho a dizer é que todas as nossas contas foram auditadas pelos auditores do MT Saúde, depois foram auditadas pelo próprio Tribunal de Contas, e por auditores independentes porque passamos por uma CPI. Então estou muito tranquilo, a cavalheiro, não houve nenhum tipo de superfaturamento”, disse.
Ao descrever esse cenário, na sua versão, o deputado destaca os atrasos nos repasses do MT Saúde. “O que acontece até hoje é que o Mt Saúde deve até hoje a nossa instituição hospitalar um recurso no tamanho bem alto. Hoje a dívida com o hospital Santa Rosa deve beirar os R$ 10 milhões. Como é que vou pagar propina para mim mesmo, se quem tá me devendo é o Estado? Não procede esse tipo de informação e estou muito tranquilo quando a isso, pode investigar. Eu ajudei a construir um termo, um contrato com a rede, de R$ 30 a R$ 40 milhões. Tinho sido proposto em 10 parcelas e parece que pagou em 20, e tem registros.”
Como é que vou pagar propina para mim mesmo, se quem tá me devendo é o Estado?
Operação Malebolge
Em relação a Operação Malebolge da Polícia Federal, Maluf esclareceu que “não recebeu a visita da PF”. “O deputado Guilherme Maluf não recebeu a visita da Polícia Federal, não estou na relação. Mas a forma, os delegados se mostraram educados. Tem que ser investigado, e o deputado Eduardo Botelho vai cobrar na Comissão de Ética.”
Mensalinho
Maluf negou com veemência a suposta ocorrência do “mensalinho” na Casa de Leis. “Eu não tenho conhecimento desse mensalinho do Silval, eu não recebi mensalinho do Silval. Ele vai ter que provar isso. Eu acredito que ele vai ter dificuldades de provar isso. Se ele tem algum acordo com deputados vai ter que provar. Mensalinho seria algo crônico, algo perene e permanente dentro da Assembleia. Então não teve mensalinho, eu não recebi mensalinho. E uma lista no papel pra mim não é suficiente para comprovar. “
Emendas
“O acordo que eu digo republicano, seria as emendas. Sou um deputado que atuo bastante na área da saúde, então eu procurei sustentar assim em termos de discurso, defendi o MT Saúde, que foi criado pelo Blairo Maggi.”
Operação Convescote
Citado na Operação Convescote, que investiga esquema em contratos executados entre a Faesp (Fundação de Apoio ao Ensino Superior Público), e a Assembleia Legislativa além do Tribunal de Contas do Estado (TCE), o parlamentar assinala sua confiança de que os fatos serão esclarecidos, comprovando “total lisura” no Legislativo de Mato Grosso.
“A convescote tem alguns membros da Assembleia que forma citados. Os servidores já deram depoimento no Ministério Público e eu estou aguardando esses depoimentos serem concluídos. Pelo que a gente acompanhou houve a formatação de uma quadrilha que começou no Tribunal de Contas do Estado e depois houve esse contato com a Assembleia. E está se discutindo se os contatos com a Assembleia tiveram superfaturamento. Sou favorável que se apure esses contratos, que os colaboradores da Assembleia sejam chamados. As investigações vão mostrar que não tive nada com isso, fui presidente da Casa, e não teve superfaturamento. Os contratos com a Assembleia foram cumpridos, realizaram muitos avanços. A Assembleia passou de 22º em transparência para 6º em transparência no Brasil.”
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