Onofre Ribeiro
Desde a última sexta-feira a maioria das pessoas considera que a delação parcial do ex-governador Silval Barbosa tenha feito um grande estrago na imagem da política de Mato Grosso. Na imagem, porque na política mesmo nem arranhou. Tudo continuará como antes. Mudará uma coisinha aqui, outra ali, mas a essência não! Continuará mal-cheirosa!
O que Silval revelou? Revelou que a política e a gestão pública em Mato Grosso são um grande supermercado que vende uma série enorme de produtos. Vende pagamento de propinas, verbas, dívidas, pagamentos diversos, mensalinhos e mensalões, concessões, licitações negociadas, licitações fraudulentas, cargos, nomeações, entrega de secretarias de porteira fechada pros partidos aliados, grampos premiados, cobrança e recebimento de propinas, compras fraudulentas de obras, de materiais, de serviços, vendas de incentivos fiscais, favores e algumas cositas más que o tempo ainda vai desvendar.
Mas vende também relações incestuosas e nada republicanas com os chamados poderes. Inclui-se o pagamento pela compra das mesas diretoras da Assembléia Legislativa, a compra de deputados nas votações, etc. Mas paga-se também a conselheiros do Tribunal de Contas por vagas e pra não suspenderem obras em andamento. Paga-se dívidas de campanhas de aliados da primeira hora e depois da segunda hora, repassa-se duodécimos extras para os poderes pra cumprir compromissos na sua maioria não-republicanos.
Lá na outra ponta, uma coisinha besta e sem importância, chamada de sociedade serve apenas pra justificar a existência da política e pagar as contas e os projetos de poder dos políticos. Simples assim!
O que acontecerá além da indignação inicial que dominou todas as conversas e a cabeça das pessoas de Mato Grosso desde a divulgação da delação na última sexta-feira? Não acontecerá nada! Os mecanismos judiciais são preguiçosos e construídos pelos próprios políticos ao longo da história pra protegê-los nesses imprevistos. E a sociedade se indigna mas não reage.
Os quiosques da Feira do Paraguai continuarão os mesmos com os mesmos produtos de origem duvidosa. No máximos xing-lings vindos da China...
Do lado de cá, nosotros trabalhando pra sustentar a Feira do Paraguai, que será sempre deficitária com os seus produtos na maioria falsificados...
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
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