Da Redação - FocoCidade
A eleição para a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa custou aproximadamente R$ 16 milhões aos cofres públicos. Esse é o valor apontado pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB) no esquema que teria selado composição à presidência de Guilherme Maluf (PSDB), descrito na delação do peemedebista junto à Procuradoria Geral da República (PGR), e que relata o histórico desse sistema no Poder Legislativo.
O ex-gestor também relata que esse sistema de venda da Mesa Diretora, com vantagens para deputados, já funcionava no Poder Legislativo.
“Logo após ser eleito deputado Estadual, o colaborador se recorda que no ano de 2002, houve uma articulação para a constituição da mesa diretora, sendo que tal articulação foi efetuada pelo deputado José Riva e o colaborador, se recordando que a maioria dos deputados receberam vantagens indevidas para votar na mesa diretora, sendo que os valores pagos para os deputados da época geralmente se referiam a quitação de dívidas de campanha eleitoral”, diz Silval em trecho da delação.
O ex-governador conta como funcionou o sistema, com participação de factorings. “Para alguns as entregas eram em dinheiro, sendo que os valores levantados para os pagamentos dessas dívidas eram buscados na maior parte das vezes. Com Valdir Piran, que tinha conhecimento dos fatos. O pagamento desses valores eram retirados do orçamento da Assembleia através de serviços que não eram executados, que além dos serviços não executados no ano de 2003 se iniciou as obras da ALMT, sendo que da construção havia também muito retorno para os pagamentos das dívidas das factorings”.
Entrega da propina
“Muito do que retornou para os pagamentos dessa propina na obra, que da obra retornava para a mesa diretora cerca de 10% a 15%, se recordando também que nos termos aditivos era bem maior, retomando de 30% a 50 %, sendo que quem entregava os valores era o Sr. Anildo Lima Barros, responsável pela empresa que construiu a AL/MT, sendo que os valores eram entregues para JOSÉ RIVA que os repassava para os deputados ou efetuava os pagamentos de dívidas dos deputados, que o colaborador acompanhou muitas dessas entregas de valores para os deputados, sendo que os valores de propina variavam de um deputado para outro, mas em média era de R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais).”
Suplementação da corrupção
“Se recorda que o Governo do Estado suplementava o orçamento da AL/MT, exatamente para que tais pagamentos fossem realizados, sabendo na época o governador do Estado tinha ciência que a suplementação seria para os pagamentos de vantagens indevidas aos deputados, sendo que em contrapartida teria o apoio da assembleia para a governabilidade do Estado, sendo que tais conversas eram realizadas entre a mesa diretora da AL e o governador. Os pagamentos para a mesa diretora sempre ocorreram, em todos nos anos de 2002, 2004, 2006 e 2008 e 2010 e 2012.”
Biênio 2015/2016
“O colaborador se recorda que logo após as eleições de 2014, começou uma disputa para a eleição da mesa diretora da AL/MT para o biênio 2015/2016, entre os deputados estaduais Mauro Savi e Romoaldo Junior, sendo que ambos os deputados, tanto Mauro Savi e Romoaldo Junior reclamaram para o colaborador em oportunidades distintas que estavam sem dinheiro para pagar os deputados para o apoio. O colaborador conversou com os dois, dizendo que eles estavam errados em disputar um contra o outro, que eles teriam que se unir, pois do contrário iriam perder a disputa da mesa, sendo que no mês de dezembro de 2014 eles resolveram se unir para conseguir a Presidência e Primeiro Secretário.”
Valor final
Após combinarem eles procuraram o colaborador pedindo ajuda financeira para pagar os deputados em troca dos votos, sendo que eles diziam que precisavam de R$ 8 a R$ 10 milhões para pagar os deputados e conseguir a mesa, não se recordando o colaborador se mandou orçamento suplementar para que eles conseguissem o dinheiro através dos serviços não executados. Depois o colaborador ficou sabendo que Mauro Savi e Romoaldo Junior se acertaram com os deputados estaduais Guilherme Maluf Presidente e Primeiro Secretário Nininho. Que após a eleição, Romoaldo Junior e Mauro Savi reclamaram com o colaborador em não ter ajudado financeiramente na eleição da mesa, pois eles (Romoaldo e Mauro) disseram que Guilherme Maluf teria acertado com os deputados estaduais em torno de R$ 16 milhões de reais para assumir a mesa.”


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