• Cuiabá, 06 de Setembro - 2025 00:00:00

'EUA podem reabrir mercado à carne brasileira em até 60 dias', diz Maggi


A reabertura do mercado norte-americano à carne bovina in natura brasileira poderá ocorrer em até 60 dias. Essa é a previsão feita pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, na segunda-feira (17), após reunir-se com o secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Sonny Perdue, em Washington.

“Estive com o Secretário de Agricultura dos Estados Unidos da América, Sonny Perdue, em Washington, para tratar do embargo da carne brasileira. A reunião transcorreu em clima amistoso e cordial. Ambos os países se comprometeram a intensificar as discussões técnicas para, após esclarecidas as eventuais não conformidades, retomarem o mais breve possível o comércio de carne bovina in natura do Brasil para os EUA", informou Maggi por meio do WhatsApp.

O ministro considera que é difícil estabelecer prazo pontual, mas demonstra otimismo para resolução do assunto. Mas pontuou outros avanços nas negociações.

“As tratativas do ponto de vista técnico serão retomadas amanhã (hoje) entre as autoridades competentes dos dois Ministérios e deverá ser estabelecido cronograma de ações para definir os passos necessários para retomar o comércio. O lado americano indicou interesse também em exportar mais trigo e abrir o mercado brasileiro para a carne suína. Além desses itens, deverá ser proposta data para a próxima reunião do Comitê Consultivo Agrícola (CCA) entre os dois países, ainda este ano, que deverá ocorrer no Brasil. Finalmente, ambos os Ministros orientarão suas equipes a trabalharem com mais harmonia em busca de oportunidades comerciais tanto bilaterais como em terceiros países. Em setembro próximo, missão de promoção comercial do USDA deverá ir ao Brasil”, assinalou Maggi.

Uma equipe de técnicos do Mapa está no país desde o último dia 13 em contato com a área de Defesa Sanitária para tratar do atendimento às exigências feitas pelo governo dos EUA para restabelecer as importações de carne bovina, interrompidas por causa de preocupações sanitárias. “Tenho certeza que as mudanças que fizemos são tecnicamente aceitáveis e modificam muito o patamar anterior. Então, fico animado, porque sei que serão reconhecidas pelos técnicos americanos”, disse o ministro.

Uma das medidas adotadas foi deixar de embarcar as peças dianteiras inteiras, como vinha sendo feito. É justamente nessa parte que são aplicadas as vacinas e onde foram detectadas reações à aplicação.

O encontro com Perdue, de acordo com Maggi, superou as expectativas. “O resultado foi melhor do que eu esperava. Ficou o compromisso de que o retorno será o mais rápido possível, assim que coisas estiverem esclarecidas. Não há qualquer objeção política por parte do secretário do governo americano”, declarou.

Outro problema alegado foi a presença de osso nas peças. “Nenhum país livre de aftosa com vacinação pode exportar peças com osso”, observou o ministro. “Como o Brasil mudou e está fazendo cortes menores, é possível observar isso com toda a tranquilidade e garantir que achados que trouxeram impedimento à entrada da carne brasileira não aconteçam mais. Há equipamentos nos frigoríficos que podem detectar isso. Cada caixa de mercadoria passa por um scanner.”

O ministro Maggi retorna ao Brasil nesta terça-feira (18), após uma reunião com o Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos marcada para às 11 horas da manhã, horário americano.

Suspensão

Depois de mais de 17 anos de negociação, em setembro do ano passado o Brasil conseguiu obter a carta de equivalência do governo americano em relação ao sistema sanitário brasileiro. Com isso, 15 frigoríficos conseguiram a habilitação para exportar carne bovina in natura para os Estados Unidos.

Em março, depois da Operação Carne Fraca, os americanos passaram a inspecionar 100% das carnes importadas do Brasil. No mês passado o governo dos EUA informou ao ministério que foram encontrados abcessos em algumas carnes brasileiras. O Mapa suspendeu automaticamente as exportações de cinco frigoríficos, mas a medida não foi suficiente para os americanos, que decidiram suspender todos as 15 empresas habilitadas. (Com assessoria Mapa)




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