Lourembergue Alves
Outro dia, o ex-governador Júlio Campos chegou a dizer que o atual governador, mesmo enfrentando “algumas dificuldades”, “tem todas as condições de chegar bem na disputa à reeleição”. Esta é uma crença de todas as lideranças partidárias que compõem a base situacionista. Aliás, no mês de abril, foi à vez do também ex-governador Jayme Campos dizer a mesma coisa. Igualmente repetida, dois meses depois, pelo deputado estadual licenciado e secretário de Trabalho e Assistência Social. Para este secretário, em razão de “ter a máquina” na mão e feito “um grande trabalho”, Pedro Taques ganhará “a eleição do ano que vem com tranquilidade”.
São reais as possibilidades do tucano-governador, e não só acreditarem nelas, mas divulgá-las é uma tarefa dos agentes políticos de seu grupo. Eles, contudo, precisam estar atentos ao cenário político-eleitoral que se encontra ainda em construção, bem como ao tempo que resta para o dia da votação e, além disso, para o aumento de eleitores que não estão dispostos a repetirem em 2018 os votos que deram em 2014. Isto tende a crescer em uma situação de crises econômica, política e moral.
Mesmo que a oposição não tenha, por ora, uma candidatura com densidade eleitoral suficiente para a disputa do governo estadual. Falta esta que é identificada por todos, e não seria do desconhecimento dos políticos da oposição. Daí a busca desenfreada por um nome fora da lide político-partidária. Já se falou, inclusive, no presidente do Tribunal de Contas do Estado, o qual tem dito que sonha em retornar a arena das disputas, cuja ausência por anos do embate eleitoral é um obstáculo a ser considerado, e não menosprezado. A literatura da área traz exemplos a respeito. E bem recente, com o próprio Júlio Campos, que deixou o TCE para a disputa da prefeitura várzea-grandense, sem êxito algum.
E isto, talvez, possa favorecer aos defensores da candidatura de Wellington Fagundes, e ao próprio, embora também sejam reais as suas dificuldades. Este senador, portanto, seria um franco-atirador, pois nada tem a perder, uma vez que contaria com mais quatro anos de mandato de senador, e, para todos os efeitos, estaria se valendo da disputa do ano vindouro como vitrine para a sua campanha a reeleição em 2022.
Situação, contudo, que deve ser olhada com bastante cuidado, em especial para o grupo governista. O acordo e a viabilização do RGA agora, não estancou o descontentamento de todo funcionalismo. Descontentamento que refletiu negativamente nas urnas de 2016 para o candidato tucano a prefeitura de Cuiabá. Isto significa que é bastante cedo para dizer que o servidor estadual, em quase sua totalidade, votará no tucano-governador na recandidatura. O mesmo se pode afirmar com relação ao conjunto dos eleitores que digitou o seu número nas teclas das urnas de 2014. Até porque o governo continua cometendo erros, os grampos ilegais continuam lhe tirando votos preciosos, mesmo que nada há que possa incriminá-lo. E, o pior, não realizou, nem deverá realizar 1/10 de suas promessas de campanha. Apesar disso, cabe observar, o tucano Pedro Taques é o mais forte dos supostos candidatos na briga pela poltrona central do Palácio Paiaguás. Mas, ainda resta bastante tempo, e muita coisa pode ocorrer até o dia das convenções partidárias. Não atire, prezado (e) leitor, suas fichas. Ainda não. É isto.
Lourembergue Alves é professor e analista político.
E-mail: lou.alves@uol.com.br.
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