Vinícius Bruno - Especial para o FocoCidade
O cenário de crédito restritivo deve perdurar por mais tempo do que a população gostaria. Pelo menos é o que avalia a economista Veneranda Acosta, que baseia os argumentos sobre a política recessiva do governo Temer, pautada sobre aumento de impostos, juros e que tem favorecido o enriquecimento dos investidores estrangeiros por meio dos papéis da dívida pública.
Apesar de nos últimos cinco meses a Taxa Básica de Juros (Selic) ter diminuído 2,5 pontos percentuais, baixando de 13,75% ao ano para 11,25% a.a ainda é considerada ínfima tal redução, assim como os efeitos práticos no cotidiano dos brasileiros. A clareza dos fatos, é na opinião da especialista Veneranda, uma ficção que vira “tendência” no economês, mas com efeitos práticos quase nulos para a vida real do consumidor.
“A simples redução da taxa Selic é simplista em demasiado em relação ao que o governo precisa fomentar para que de fato haja retomada do crescimento econômico”, pondera a economista.
Para Veneranda, a Selic nos patamares que se encontra é prejudicial para o grande público, porque serve de referência para a cobrança dos juros aplicados pelas instituições financeiras, e, portanto, mantém elevado o custo do crédito, principalmente, para o consumo de bens duráveis.
“Quem acaba sendo favorecido são apenas os investidores em papéis da dívida pública, que são altamente remunerados com a Selic em alta. O grande público, que de fato, precisa de estímulos para voltar a consumir e, assim movimentar toda a cadeia produtiva acaba ficando apenas com as restrições financeiras”, ressalta Veneranda.
Os prejuízos da Selic em alta também é refletida entre os empresários, que ficam mais receosos em realizar novos investimentos com subsídios financeiros aportados nos bancos. “Sem novos investimentos, restringe-se a criação de emprego, que por sua vez, piora a situação crítica do país em relação ao mercado de trabalho, alimentando dessa forma um ciclo vicioso”, explica a economista.
Quanto a perspectiva, Veneranda diz que 2017 não será um ano de mudanças econômicas e que a crise deve avançar até 2018. A perspectiva apontada pela especialista contraria o que vinha sendo pregado desde 2015, quando já se cogitava no meio político o afastamento da então presidente Dilma Rousseff (PT), a quem era creditada toda falta de expertise para administrar o país, o que porventura estaria a afundar as contas da União e demais entes federados.
Com o avançar dos fatos, percebe-se que o problema da ingerência não está restrita a uma sigla política ou a uma pessoa, mas a toda uma estrutura de gastos públicos pautados pelo declínio moral que alimentou e/ou alimenta a corrupção, ora em desfalque pela Operação Lava Jato. “Ao consumidor cabe apenas cautela para não se ver envolto por gastos desnecessários e que acabam sendo mais caros no caso de crédito contratado”, orienta Veneranda Acosta.

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