• Cuiabá, 05 de Fevereiro - 00:00:00

Cuiabá (s)


Onofre Ribeiro

Neste aniversário de 298 anos de Cuiabá, não quero ater-me às festividades e nem à sua memória. Outros articulistas e historiadores farão isso com mais propriedade do que eu. Mas quero falar do futuro que percebo. Nesses quase 41 anos que moro em Cuiabá, tornei-me completamente cuiabano. Estudei a sua história. Convivi com cuiabanos ilustres. Convivo com os descendentes e espero estar aqui nesses próximos 10 anos. Será quando Cuiabá se tornará a cidade que sonharam ilustres visionários do passado.

Preciso de um pouco de História por empréstimo antes de falar do futuro. Quando aqui aportaram, levas e mais levas de migrantes da década de 1970 em diante, vieram sulistas com sangue europeu e asiático, paulistas com sangue europeu e asiático e gente doe Sudeste com sangues semelhantes. Estou falando de DNA histórico. Aqui já existiam DNAs de negros, de índios, de europeus e de nordestinos. Uma enorme mistura já pronta.

Os filhos daqueles migrantes de 40 e tantos anos atrás misturaram-se gradualmente com os filhos de mato-grossenses nascidos. Uma poderosa mistura de DNAs que um dia começaram lá na África, Ásia, Oriente Médio, Europa e atravessaram o Oceano Atlântico. No fim do século 19 e começo do século 20, vieram para o Brasil como imigrantes. Especialmente no Sul e em São Paulo. Da mistura entre mato-grossenses e migrantes da segunda metade do século 20, tivemos o que o professor Nelson Pinheiro, ex-delegado do IBGE um dia profetizou: um bugre de olhos azuis.

Na prática, dessa enorme mistura de sangues de descendentes europeus de várias origens, de japoneses, de árabes, puros ou misturados lá, tivemos em Mato Grosso uma nova e forte mistura dentro do clima tropical. O sacerdote católico Dom Bosco, disse lá em 1895, que nasceria por aqui uma nova civilização. Estava certo.

O futuro de Cuiabá como ponto central dessa nova civilização em Mato Grosso, é que os descendentes dos antigos mato-grossenses com os migrantes e os seus filhos, todos ganham e todos perdem. Fica o que todos tem de melhor e se constrói dia pós dia uma nova civilização diante dos nossos olhos.

Num sonho profético, quem sabe, a nova alma do mundo, embutida na síntese dos DNAs que guardam a história humana de todos os tempos sobre o planeta?

 

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso

onofreribeiro@onofreribeiro.com.br   www.onofreribeiro.com.br




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