onofre Ribeiro
Tomo a liberdade de transcrever um trecho de matéria do jornalista da Agência Brasil, Bruno Bocchini. “O Brasil registrou mais mortes violentas de 2011 a 2015 do que a Síria, país em guerra, em igual período. Os dados são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Foram 278.839 ocorrências de homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e mortes decorrentes de intervenção policial no Brasil, de janeiro de 2011 a dezembro de 2015, frente a 256.124 mortes violentas na Síria, entre março de 2011 a dezembro de 2015, de acordo com o Observatório de Direitos Humanos da Síria.
Enquanto o mundo está discutindo como evitar a tragédia que tem ocorrido em Alepo, em Damasco e várias outras cidades, no Brasil a gente faz de conta que o problema não existe. Ou, no fundo, a gente acha que é um problema é menor”.
Trago o assunto frente a outro. Aqui em Mato Grosso na semana passada registrou-se um episódio em Sinop, a 500 KM Norte de Cuiabá, que revela a guerra declarada. Bandidos conhecidos da cidade mataram em casa um soldado da Polícia Militar. Imediatamente começou a caçada que terminou com nove outras mortes de supostos bandidos e alguns feridos. A sociedade aplaudiu! Talvez em outras circunstâncias condenasse as mortes. Mas na circunstância atual de confronto entre as duas faces da mesma sociedade, ficou claro que há uma guerra estabelecida. De um lado, a face mais pobre e desorientada. De outro, a face mais rica e, igualmente, desorientada. Ambas se odiando num perigoso ódio sem causa.
Comissões de direitos humanos de orientação esquerdista e anarquista se alimentam desse ódio pra ganhar espaço político. De outro, as polícias oprimidas e com medo de bandidos acobertados e da cobrança da sociedade por resultados. De sã consciência, quem se sente seguro hoje no Brasil? Quando policiais vão em busca da sua própria justiça na forma de vingança, perdeu-se os últimos laços da dignidade coletiva. Já não há mais segurança em lado nenhum. No rico e nem no pobre. Voltamos dia após dia para os braços da barbárie.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
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